Brasil, 26 de junho de 2025
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STF define novos critérios para responsabilização de plataformas digitais

A AGU comemora nova decisão do STF, que responsabiliza redes sociais por conteúdo de usuários, alterando o Marco Civil da Internet.

A Advocacia-Geral da União (AGU) celebrou a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que estabeleceu novos critérios de responsabilização para plataformas digitais em relação aos conteúdos publicados por seus usuários. Essa mudança marca um avanço significativo nas legislações que envolvem o uso das redes sociais e a proteção dos direitos fundamentais na internet.

Um marco civilizatório na internet brasileira

O advogado-geral da União, Jorge Messias, caracterizou o resultado do julgamento como um “verdadeiro marco civilizatório”. Segundo ele, a decisão do STF atende, em grande parte, às solicitações apresentadas pela AGU, uma vez que amplia o dever de cuidado das plataformas digitais em relação ao que é divulgado em seus espaços virtuais.

“Não é possível admitir que provedores se eximam de qualquer responsabilidade por conteúdos ilícitos que, embora não sejam por eles criados, geram lucros com seu impulsionamento e violações de direitos fundamentais”, afirmou Messias.

A nova decisão coloca o Brasil em alinhamento com países democráticos que buscam fortalecer a proteção da sociedade no ambiente digital, refletindo a necessidade de uma estrutura legal mais robusta e eficaz. Isso se tornou evidente após o STF considerar parcialmente inconstitucional o artigo 19 do Marco Civil da Internet, que limitava a responsabilização das redes sociais por danos causados por conteúdos de terceiros, exigindo uma ordem judicial para a remoção de tais conteúdos.

Implications of the STF’s Decision

A corte identificou falhas na proteção de direitos fundamentais conforme a norma anterior e decidiu que, até a aprovação de uma nova legislação pelo Congresso, as plataformas poderão ser responsabilizadas civilmente por conteúdos ilícitos sem a necessidade de uma ordem judicial prévia — exceto nos casos de crimes contra a honra, onde a decisão judicial é ainda requerida.

A decisão também estabelece que, em situações de replicação de conteúdos ofensivos já removidos pela Justiça, as plataformas devem excluir novas postagens similares sem nécessitar de nova análise judicial. Além disso, as empresas têm a obrigação de manter sede e representação legal no Brasil, conferindo-lhes a capacidade de responder administrativamente e judicialmente.

Diferenças entre plataformas abertas e serviços de mensagens

Outro ponto importante da decisão é a diferenciação entre redes sociais abertas e serviços de mensagens privadas, como o WhatsApp e o e-mail. Para estes últimos, continua a valer a regra anterior do Marco Civil, que exige uma decisão judicial para a responsabilização.

Além disso, os ministros do STF determinaram que as plataformas devem implementar mecanismos de autorregulação, com regras claras de notificação, devido processo e a publicação periódica de relatórios de transparência. Também foi estipulado que devem ser disponibilizados canais de atendimento acessíveis a todos os usuários, incluindo aqueles que não estão cadastrados.

Repercussão da Decisão no Judiciário Brasileiro

A decisão do STF tem repercussão geral, o que significa que deve ser acatada por todas as instâncias do Judiciário brasileiro em casos similares. O presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, ressaltou que o Supremo não está legislando, mas sim definindo critérios temporários até que o Congresso Nacional estabeleça regras definitivas sobre a questão.

“O Tribunal não está legislando. Está decidindo dois casos concretos que surgiram. Está decidindo critérios até que o Legislativo defina critérios sobre essa questão”, declarou Barroso, reforçando a necessidade de um alinhamento entre o Judiciário e o Legislativo para tratar de temas tão relevantes na era digital.

A nova configuração legal proposta pelo STF promete transformar o cenário digital brasileiro, dando maior segurança aos usuários e estabelecendo responsabilidades mais claras para as plataformas. Essa mudança deverá fomentar um ambiente online mais justo e com maior respeito aos direitos fundamentais.

Para mais informações, acesse o link de origem aqui.

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