Brasil, 29 de junho de 2025
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Procon interdita empresa por cobrança indevida usando nome do Jovem Candango

Decisão judicial fecha empresa que usava nome do programa governamental para aplicar golpes em jovens.

Uma alarmante prática de cobrança indevida levou ao fechamento da empresa “MPF – Capacitação Profissional de Jovens e Adultos”. A decisão judicial ocorreu nesta terça-feira (25) após denúncias de que a empresa estava usando o nome do programa Jovem Candango para atrair jovens e oferecer cursos de capacitação, cobrando valores que podiam chegar a R$ 1.200. O Procon do Distrito Federal já havia registrado 42 reclamações e duas denúncias formais relativas a essa prática enganosa.

Denúncias e fechamento da empresa

A interdição da empresa, localizada no Setor Comercial Sul, em Brasília, foi uma resposta imediata às queixas recebidas pelo Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF). Segundo os fiscais, a empresa promovia publicidade enganosa, descumprimento das ofertas e ainda impunha dificuldades aos consumidores na hora de rescindir contratos.

Jovens que se inscreviam em plataformas de vagas, como o programa Jovem Candango, eram atraídos com promessas de estágios. No entanto, ao chegarem ao local indicado, encontravam exigências de pagamento por cursos de informática, português e redação, com a promessa de que só após a capacitação teriam acesso a oportunidades de emprego.

“A empresa está proibida de oferecer novos cursos e de celebrar novos contratos. Para ser desinterditada, ela precisa solucionar todas as pendências dos consumidores, incluindo reembolsos,” declarou Marcelo Nascimento, diretor do Procon-DF.

Histórias de vítimas

Uma mãe, que preferiu não se identificar, relatou à TV Globo que seu filho de 16 anos foi atraído por uma mensagem SMS prometendo uma entrevista para vaga de emprego. “Pediram o CPF do jovem e o nome completo, dizendo que ele seria direcionado para vagas próximas de casa”, contou. Ao chegarem ao local, o que parecia ser uma oportunidade vai se transformando em um golpe.

Ela afirma que o adolescente teve que faltar à aula para comparecer à entrevista, e que o pai precisou sair do trabalho para acompanhá-lo. Chegando lá, perceberam que se tratava de uma empresa que vendia um curso de R$ 1.200, dizendo que a capacitação aumentaria as chances de empregabilidade do jovem.

Reação do governo e esclarecimentos da empresa

A Secretaria da Família e Juventude do DF esclareceu em nota que não se comunica via SMS ou WhatsApp para convocar entrevistas e que a divulgação dos processos seletivos do programa se dá exclusivamente por meio do Diário Oficial do DF e nas redes sociais institucionais. A pasta também informou que acionou a Polícia Civil para investigar o caso.

Por sua vez, a empresa “MPF – Capacitação Profissional de Jovens e Adultos” afirmou desconhecer as denúncias do Procon, alegando que a utilização do nome do Jovem Candango se tratou de um “erro de marketing” de uma terceirizada. Em nota, ressaltou que não reconhece as acusações de publicidade enganosa e que o curso oferecido é legítimo, com opções presenciais e online.

O que é o programa Jovem Candango?

O programa Jovem Candango, promovido pelo Governo do Distrito Federal, visa à formação técnico-profissional de jovens em situação de vulnerabilidade social, abrangendo adolescentes de até 18 anos. Os contratos têm duração de até dois anos e oferecem meio salário mínimo, além de benefícios como vale-transporte, vale-alimentação e atividades de formação.

No último edital, foram disponibilizadas 1.800 vagas, com cotas para jovens em situação de rua, órfãos de feminicídios, entre outros grupos vulneráveis.

Essa situação sublinha a importância de que pais e responsáveis fiquem atentos às ofertas de cursos e empregos, além de verificar a legitimidade das instituições que se dizem ligadas a programas do governo.

Investigações continuam, e o Procon promete manter um rigoroso acompanhamento da empresa interditada, garantindo que as vítimas recebam o ressarcimento devido e que esses casos de golpe não voltem a ocorrer.

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