A morte de Kelvin Costa Tabosa, ocorrida durante uma ação policial em Jacareí (SP), na noite da última terça-feira (24), gerou revolta e discussões acaloradas entre a família e as autoridades. A irmã de Kelvin, Enila Emily Costa, afirma categoricamente que seu irmão não estava armado e não pilotava a moto alegadamente relacionada ao incidente. A versão dos policiais, que afirmam ter reagido a tiros disparados pelo suposto suspeito, é contestada pela família.
Contraponto à versão policial
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais envolvidos relataram que reagiram a um ataque. Contudo, Enila reforçou a narrativa de que seu irmão não estava em posse de arma nem pilotava a motocicleta no momento do confronto. “Meu irmão não estava na moto. Ele estava na casa e saiu na rua. Eles ficaram com medo e começaram a correr, deram fuga a pé. Meu irmão não estava com arma”, explicou Enila, visivelmente emocionada.
Kelvin, que deixa uma filha de apenas oito meses e uma namorada com quem planejava viver, foi sepultado na manhã da última quinta-feira. A perda trágica levantou sérias preocupações sobre a conduta policial e a segurança na região.
Repercussão violenta na cidade
Na mesma semana em que Kelvin foi morto, Jacareí foi marcada por um ataque a ônibus que parece estar relacionado com a morte do jovem. Na quarta-feira (25), dois veículos de transporte coletivo foram incendiados na Rodovia Geraldo Scavone. De acordo com a Prefeitura de Jacareí, pessoas armadas interceptaram um ônibus da empresa Jacareí Transporte Urbano (JTU) e obrigaram todos os passageiros a descer antes de atear fogo no veículo.
O motorista do coletivo, que teve que vivenciar momentos aterrorizantes, relatou que estava transportando passageiros quando um grupo de aproximadamente dez indivíduos entrou no ônibus e os forçou a deixar o veículo. “Existiam passageiros dentro do coletivo, quando alguns indivíduos chegaram e mandaram eles descerem. Eles locomoveram o motorista até a estrada, onde foi colocado fogo nos ônibus”, informa o Capitão Paulo Henrique Siqueira, comandante da 2ª Companhia do Batalhão da PM em Jacareí.
A busca pelos responsáveis
Um homem já foi preso sob suspeita de envolvimento na ação dos criminosos. A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal estão trabalhando em conjunto para identificar e capturar os demais envolvidos, enquanto a comunidade está em estado de alerta e revolta diante da situação.
A relação entre a morte de Kelvin e os ataques violentos levanta uma questão preocupante sobre a escalada de violência na cidade e o papel das autoridades na proteção da população. A investigação sobre os eventos continua, e a população aguarda respostas adequadas das forças de segurança.
Pedidos de justiça
A indignação da família e da comunidade em Jacareí é palpável. Muitos membros da comunidade pedem justiça pela morte de Kelvin e expressam descontentamento com as práticas policiais que levam a tais tragédias. As manifestações de luto e revolta chamam a atenção para a necessidade de reformulações nas abordagens de segurança pública e intervenções policiais.
Enquanto a cidade se recupera dos acontecimentos tumultuados, a população está cada vez mais unida em busca de justiça e mudanças significativas que garantam a segurança e a dignidade de todos. O caso de Kelvin Costa Tabosa continua sob investigação e é retratado como um apelo por vida e segurança em uma região marcada pela violência.