A comunidade empresarial de Nova York, surpreendida pela aparente vitória do socialista Zohran Mamdani nas primárias, tem demonstrado um descontentamento crescente e um movimento em direção ao apoio ao prefeito Eric Adams, na tentativa de barrar a candidatura de Mamdani nas eleições gerais de novembro.
Panorama político e apoio a Adams
Após um dia de conversas intensas e, por vezes, apressadas, algumas das figuras mais proeminentes que outrora apoiaram o ex-governador Andrew Cuomo começaram a indicar que direcionarão sua assistência financeira para Adams, que foi eleito em 2021. Reconhecido como um ex-policial firme, Adams, após enfrentar uma acusação de corrupção federal e a saída de sua equipe próxima, busca agora se apoiar em seus sucessos políticos e na sua personalidade carismática.
No entanto, a popularidade de Adams atingiu um ponto crítico, com apenas 20% de aprovação em uma pesquisa realizada no mês passado. O empresariado, que em um primeiro momento parecia neutro em relação ao prefeito, começou a ver em Adams uma possibilidade de retorno à moderação, especialmente após os meses conturbados do governo de Bill de Blasio. Muitos desejam o retorno do estilo de governança de Mike Bloomberg, que ocupou o cargo por três mandatos.
A mobilização da comunidade empresarial
Richard Farley, sócio do escritório de advocacia Kramer Levin Naftalis & Frankel LLP, afirmou que há um “sustentação esmagadora da comunidade empresarial para se unirem em torno de Adams”. Farley está atualmente organizando um evento de arrecadação de fundos para o prefeito e mantém conversas com alguns dos maiores doadores de Cuomo. “Essa será uma luta de rua até novembro”, enfatizou.
Embora a defesa de Adams esteja se solidificando, um conselheiro do prefeito admitiu que “o caminho é estreito”. A CEO da Partnership for New York City, Kathy Wylde, comentou sobre a dificuldade que o empresariado enfrenta para compreender as implicações da vitória de Mamdani. Segundo Wylde, a busca de Mamdani pela acessibilidade aborda a “insegurança financeira que os jovens sentem e a raiva que têm contra a classe política estabelecida, que não tem feito nada para resolver isso”. Ela esclareceu que isso não representa um endosse ao socialismo, mas sim uma rejeição ao status quo, que pode trazer a instabilidade política que os negócios temem.
Possíveis alternativas e estratégias
Em meio a essa batalha política, outros executivos estão refletindo a respeito da possibilidade de lançar um novo candidato ou rebranding de um dos candidatos que não se destacaram na semana, que possa parecer mais atraente para os centristas quando comparado a Mamdani. Entre algumas das sugestões estão Whitney Tilson, um ex-gestor de fundos que, embora tenha tido uma campanha com pouco destaque, eventualmente conseguiu criticar Mamdani, ou a Comissária de Polícia Jessica Tisch, que tem evitado possibilidades óbvias para se candidatar.
Bill Ackman, um dos novos líderes da direita em Wall Street, também se manifestou sobre seus próprios planos alternativos em desenvolvimento, embora os detalhes ainda não tenham sido divulgados.
Com uma pressão crescente, tanto de mandatos antigos quanto de novas demandas da comunidade, o futuro político de Nova York parece estar em um estado de agitação, onde a correta mobilização de recursos e apoio pode significar a diferença nas próximas eleições. Os negócios, a política e as vozes dos cidadãos amalgamam-se neste cenário dinâmico, onde todos os envolvidos buscam um caminho que garanta a estabilidade e o crescimento da cidade.
À medida que nos aproximamos da data das eleições, será crucial observar como esses eventos se desenrolarão e qual impacto terão tanto na política local quanto na perspectiva futura do município em um contexto mais amplo.
