Nesta terça-feira (25), a vitória de Zohran Mamdani na primária democrata para prefeito de Nova York provocou uma onda de reações extremadas nas redes sociais, especialmente entre os conservadores. O candidato, conhecido por seu posicionamento progressista, conquistou apoio expressivo, surpreendendo os opositores e marcando uma ruptura no cenário político da maior cidade dos Estados Unidos.
Reações extremadas da direita aos resultados em Nova York
Laura Loomer, ativista de extrema-direita e aliada de Donald Trump, foi uma das mais agressivas, postando no X (antigo Twitter) que haveria “outra 11 de setembro em NYC” sob a liderança de Mamdani. Ela afirmou ainda que “esqueceram todas as vítimas de 11 de setembro mortas por muçulmanos”, ao acusar o democrata de ser apoiado por terroristas, embora estas alegações sejam infundadas.
Loomer também revelou suas posições anti-Muslim ao afirmar que Mamdani, que possivelmente será o primeiro prefeito muçulmano de Nova York, seria uma ameaça à segurança da cidade. “Um muçulmano comunista será o próximo prefeito de Nova York. Saia enquanto pode”, escreveu a extremista, reforçando uma narrativa conspiratória e racista.
Críticas e ataques de figuras de direita
Outros líderes conservadores também não pouparam críticas. Clay Travis, da OutKick, chegou a condenar Mamdani por supostamente querer prender o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, caso o visite Nova York. Este tipo de acusação, envolvendo a possibilidade de uma ação do Tribunal Penal Internacional contra Netanyahu por alegados crimes de guerra, foi usada para tentar desacreditar o candidato progressista.
Charlie Kirk, cofundador do Turning Point USA, utilizou questões relacionadas ao 11 de setembro para atacar Mamdani, chamando-o de “socialista muçulmano” e ridicularizando sua possível administração. Quando confrontado na Fox News, Kirk manteve seu tom polêmico, defendendo suas declarações e reafirmando a narrativa de ameaça extremista.
Polêmicas e discurso de ódio
Elise Stefanik, deputada republicana de Nova York, foi ainda mais direta ao classificar Mamdani como “radical, comunista e antissemita”, além de compará-lo a um “jihadista”. Sua fala ocorreu num momento em que a deputada teria mostrado intenção de disputar o governo do estado no próximo ano. O comentário inflamado gerou forte repercussão, recebendo críticas por seu conteúdo odioso.
Por outro lado, a governadora Kathy Hochul, que não endossou oficialmente nenhum candidato na primária, manifestou esperança de dialogar com Mamdani no futuro, defendendo uma cidade “segura, acessível e habitável” para todos os moradores.
Posições de Mamdani e o cenário político
Mamdani, que se declara abertamente progressista, defende causas como transporte gratuito, creches públicas e lojas comunitárias. O seu foco é ampliar políticas sociais na cidade, o que incomoda setores conservadores, que veem sua vitória como um avanço de uma agenda de esquerda radical.
O resultado, visto como uma vitória simbólica dos movimentos progressistas em uma das maiores metrópoles do mundo, levou representantes de direita a intensificarem seus ataques, alimentando uma polarização acentuada na política local e nacional.
Desafios e o impacto da vitória
A vitória de Mamdani reforça o crescente perfil de líderes de esquerda na política americana, especialmente em grandes centros urbanos. Ainda sem data definida, a eleição geral de Nova York promete ser um confronto de ideologias entre avanços progressistas e reações conservadoras fervorosas, que prometem continuar a campanha de destruição e desinformação contra o candidato.
A eleição de Mamdani também destaca o papel da narrativa anti-Muslim e anti-esquerdista como ferramentas usadas por opositores para mobilizar suas bases e reforçar discursos de ódio, algo que preocupa especialistas em política e direitos humanos.