Após o surpreendente sucesso de Zohran Mamdani na primária de Nova York, uma democrata estadual lançou forte críticas à sua candidatura, alertando para os riscos de apoio ao político de esquerda radical.
Deputada reafirma oposição a Mamdani
Na quarta-feira, a deputada Laura Gillen, representando Nassau County, afirmou que Mamdani é “extremista demais para liderar Nova York” e que sua campanha se baseou em promessas inatingíveis e aumento de impostos. Gillen destacou ainda comentários antissemitas atribuídos ao candidato, como sua negativa em condenar o slogan “globalize a intifada” e sua comparação com a Revolta do Gueto de Warsa.
“Ele é a escolha absolutamente errada para Nova York”, declarou Gillen em nota pública, sendo a primeira democrata na Câmara a se opor publicamente à candidatura de Mamdani.
Contexto eleitoral e estratégia política
Gillen, cuja distrital é uma das mais abastadas e moderadas do estado, disse que sua posição visa proteger a diversidade e os valores centristas de sua região. Ela ressaltou que sua vitória em 2024 refluiu do eleitorado moderado e independentes, que podem não se identificar com propostas radicais de Mamdani, como tarifas gratuitas e congelamento de aluguel.
Críticas ideológicas e perspectivas futuras
Em entrevista à TIME, Gillen reforçou sua preocupação com a viabilidade das propostas de Mamdani, afirmando que ideias como distribuição gratuita de serviços não são realistas, e que o Partido Democrata deve buscar soluções concretas para a acessibilidade. “Temos que unir esforços para tornar a vida das pessoas mais acessível, sem radicalismos”, acrescentou.
Reação ao resultado da primária e impacto no partido
A deputada também minimizou o impacto da vitória de Mamdani, que conquistou menos de um terço dos votos na primária, como um movimento isolado e não representativo de uma mudança ideológica ampla dentro do partido. Segundo ela, esse resultado não reflete uma transformação do partido democrata rumo à esquerda radical.
“Não é uma grande proclamação de onde os democratas estão, foi apenas uma eleição com baixa participação”, concluiu Gillen.
A disputa interna evidenciada pelo episódio acende o alerta para o partido que tenta equilibrar suas posições, especialmente em distritos com eleitorado moderado e diverso, enquanto se prepara para futuras polarizações na política nova-iorquina.