Brasil, 26 de junho de 2025
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Crise fiscal e política se aprofundam após derrubada do IOF pelo Congresso

Decisão do Congresso de rejeitar aumento do IOF agrava crise fiscal e tensiona ainda mais relacionamento com o governo federal

A recente decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto do governo que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) reacendeu a crise fiscal e agravou as disputas políticas entre Executivo e Legislativo. O impasse coloca em risco a arrecadação prevista para este ano e o cumprimento das metas fiscais para 2025, com líderes parlamentares sinalizando até possibilidade de rompimento com o Palácio do Planalto.

Impactos na arrecadação e nas contas públicas

O Ministério da Fazenda estimava uma receita de aproximadamente R$ 10 bilhões em 2024 com a elevação do IOF, que poderia dobrar em 2025, atingindo cerca de R$ 31,3 bilhões. A derrubada do decreto sem uma compensação financeira compromete a busca pelo superávit de R$ 30 bilhões, uma meta vital para equilibrar as contas públicas, dado que o imposto representava cerca de um terço dessa folga.

Repercussões políticas e o desgaste com o Congresso

Na votação na Câmara, o projeto que extinguia o aumento do IOF foi aprovado por ampla maioria, com 383 votos favoráveis. No Senado, a decisão ocorreu de forma simbólica, sem registro nominal. Líderes partidários de setores considerados aliados do governo, como MDB e PSD, orientaram suas bancadas a votar a favor da derrubada, surpreendendo até mesmo interlocutores próximos ao Palácio do Planalto.

Antonio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL), por exemplo, mesmo com perfil governista, reforçaram que suas legendas estavam orientadas a votar contra a medida. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tentou intervir, mas foi recebida com firmeza pelos líderes do Centrão, que já criticavam o governo por sua estratégia de arrecadação.

Razões que alimentam a crise

Participantes do Congresso apontam que a derrota foi fruto de uma combinação de fatores, incluindo a lentidão na liberação de emendas e a resistência ao aumento de tributos, como o IOF, visto por muitos parlamentares como uma tentativa do Executivo de melhorar as contas públicas de forma ineficaz.

Outros motivos envolvem declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que criticou a postura do Congresso em entrevistas à imprensa, o que aumentou a desconfiança e o desgaste na relação entre os poderes. Haddad também foi citado por sua avaliação de que certos atores políticos, como Arthur Lira, teria um tratamento mais favorável às pautas econômicas do governo.

Consequências e próximos passos

A derrubada do decreto do IOF marca um momento de forte tensão e simboliza o distanciamento crescente entre o Executivo e o Legislativo. Parlamentares ligados ao governo minimizam a crise, descrevendo-a como natural e prevista por movimentos políticos tradicionais, enquanto críticos veem nisso uma oportunidade de fortalecer uma postura de contestação ao governo federal.

Nos bastidores, projetos como o que amplia a isenção do Imposto de Renda para salários de até dois salários mínimos avançam na Câmara, refletindo uma agenda de mudanças fiscais em meio à instabilidade econômica.

Ainda não há uma sinalização clara sobre a retomada de negociações para uma eventual recomposição de laços e ajustes fiscais, mas o cenário demonstra uma fase de intensas disputas, que podem impactar a agenda econômica do país nos próximos meses.

Segundo especialistas consultados, a crise evidencia a necessidade de o governo buscar alternativas de receitas, além do aumento de impostos, incluindo corte de gastos e reformas estruturais, para equilibrar as contas públicas sem comprometer a estabilidade política.

Mais detalhes sobre o impacto dessa decisão e os reflexos políticos podem ser acompanhados no fonte original.

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