Após uma intensa operação de busca de quatro dias, as autoridades indonésias confirmaram a trágica notícia do falecimento da publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que foi encontrada morta no monte Rinjani, um dos destinos mais famosos para montanhistas na Indonésia. O acidente ocorreu na última sexta-feira, 20 de junho, durante um passeio que duraria três dias, quando Juliana caiu em uma área de difícil acesso da montanha. A localização do corpo e as more local acabaram dificultando o trabalho das equipes de resgate.
Desafios nas buscas no monte Rinjani
O monte Rinjani, que se ergue a mais de 3.700 metros de altitude, é o segundo maior vulcão da Indonésia e atrai turistas em busca de aventura. No entanto, o terreno íngreme e a imprevisibilidade das condições climáticas tornaram o resgate de Juliana uma tarefa complexa. A equipe de resgate, composta por cerca de 50 membros da Agência Nacional de Busca e Resgate, policiais, voluntários e guias turísticos, encontrou diversos obstáculos, como neblina intensa e dificuldades para acessar a área onde Juliana foi localizada.
O chefe da agência de resgate indonésia, Mohamad Syafii, informou que as condições climáticas impediram o uso de helicópteros para o resgate, o que obrigou as equipes a trabalharem com um sistema de cordas e içamento manual. Um dos principais desafios identificados foi a necessidade de ancoragem em vários pontos ao longo da trilha, que se estendia por cerca de 600 metros de inclinação acentuada.
A cronologia da tragédia
A sequência de eventos trágicos começou na noite de sexta-feira, quando Juliana sofreu a queda. As operações de busca começaram no sábado (21) e se estenderam por vários dias, sendo frequentemente interrompidas pelo mau tempo. No domingo (22), a situação ganhou uma nova esperança quando um drone detectou a presença de Juliana sentada na encosta, mas as tentativas de resgate foram frustradas pela impossibilidade de acesso aéreo. Finalmente, na terça-feira (24), Juliana foi encontrada sem vida a uma profundidade de cerca de 600 metros, o que foi confirmado por um socorrista.
Depoimentos sobre o acidente
Integrantes do grupo de Juliana relataram que a trilha era extremamente desafiadora. Um dos amigos descreveu a subida como “muito dura” e lamentou o ambiente congelante. Eles observaram que Juliana estava na retaguarda e, após apresentar sinais de cansaço, o guia sugiriu que ela descansasse enquanto ele se deslocaria um pouco à frente. O guia, Ali Musthofa, refutou as alegações de que havia abandonado Juliana e afirmou que o plano era reencontrá-la adiante.
Preocupações com a segurança nas trilhas
Especialistas e a comunidade local de montanhistas alertam para os riesgos que a trilha do Rinjani apresenta, especialmente para iniciantes. Nos últimos cinco anos, pelo menos outras oito mortes ocorreram na região, refletindo a necessidade de precauções adicionais. O terreno traiçoeiro, com partes estreitas e áreas de solo arenoso, aumenta a probabilidade de quedas, e a combinação de condições climáticas adversas pode agravar ainda mais a situação.
A montanha ficou fechada de janeiro a março deste ano devido à estação chuvosa, o que levantou questões sobre a segurança dos turistas que tentam alcançar o cume.
A repercussão da tragédia
Esta trágica ocorrência não só impactou a família e amigos de Juliana, mas também gerou atenção significativa na mídia internacional. Representantes do governo brasileiro, incluindo funcionários da embaixada, estiveram em contato com as autoridades locais para garantir que todos os esforços fossem realizados para a recuperação do corpo da jovem. A busca intensificada e a resposta das autoridades destacam a preocupação com a segurança e a legalidade das operações em áreas de montanha.
A perda de Juliana Marins é uma lembrança dolorosa dos perigos que as trilhas de montanha podem representar. A comunidade de montanhistas redobra a atenção sobre a importância de experiências adequadas e a utilização de guias experientes ao entrar em áreas de risco. A tragédia no monte Rinjani serve como um aviso sobre a necessidade de respeitar a natureza e as condições imprevisíveis que podem surgir em ambientes naturais.
