No último fim de semana, Miami se tornou o centro das atenções para os torcedores do Palmeiras que, em uma jornada emocionante, acompanharam a equipe durante o Mundial de Clubes. A cidade se encheu de verde e branco, mas também de revoltas e discordâncias, refletindo a complexa relação entre os torcedores e suas equipes, tanto no Brasil quanto nos EUA. A situação se agravou com os protestos de torcedores do Inter Miami, que estão insatisfeitos com a distribuição de ingressos pelo clube.
Tensão entre torcedores do Inter Miami
A noticia do boicote organizado por torcedores do Inter Miami em resposta à baixa alocação de ingressos não passou despercebida. Ao chegar em Miami, percebo que, em contraste com a animada convivência entre torcedores que experimentei em Nova York, o clima em Miami é tenso. Os torcedores palmeirenses, muitos deles residentes na Flórida, comparecem em grande número ao Hard Rock Stadium, enquanto os donos da casa parecem um pouco deslocados, como se estivessem sobre um palco que não era seu.
A diversidade cultural em Miami
O cenário em Miami é marcado por uma forte presença da língua espanhola, refletida até nas faixas da torcida local. Uma delas proclama: “La familia nunca abandona”, um grito de união que ecoa entre os latinos que habitam a cidade. Entretanto, enquanto ouço esse clamor, a energia palmeirense faz com que o barulho do nosso lado seja ensurdecedor, quase abafando qualquer grito rival.
Uma partida emocionante
O jogo, que começou em tom desfavorável para o Palmeiras com um 2 a 0 contra, parecia caminhar rumo a uma eliminação dolorosa. Com a presença estelar de Lionel Messi em campo, muitos torcedores se pegaram divididos entre a admiração pelo craque e a desilusão com a performance do time. Porém, uma reação inesperada dos palmeirenses nos 15 minutos finais fez o estádio vibrar. A arquibancada, que antes observava em silêncio preocupante, se transformou em um mar de gritos e celebração, aquecendo o espírito e a esperança dos torcedores.
Desafios e esperanças na torcida
No entanto, a serenidade da torcida foi quebrada após o segundo gol do Inter Miami. Se antes respeitávamos a sinalização dos stewards e dos policiais, agora estávamos em pé, nos apoiando em grades e assentos, ignorando as tentativas de ordem em busca de liberdade e expressão. A crise entre o respeito às normas e a vontade de se manifestar gerou uma cena que capturou a essência do torcedor — muitas vezes avassaladora e caótica, mas sempre apaixonada.
Após o apito final, a cena é de despedida para muitos que marcaram presença em Miami durante duas semanas. Embora o Botafogo seja o próximo adversário, muitos torcedores, com os bolsos já surrados pelo câmbio desfavorável, precisam voltar para casa. No entanto, outros já começam os preparativos logísticos para seguir a jornada em busca do sonho palmeirense. Afinal, como diz a famosa faixa: “a família nunca abandona” — e a paixão pelo futebol, assim como os sonhos, não conhecem limites.
O relato dos palmeirenses em Miami foi um retrato do amor e da dedicação à sua equipe, demonstrando que, apesar das dificuldades e desafios enfrentados, a torcida continua a reunir forças e a apoiar seu time, mostrando que a verdadeira paixão supera as adversidades.
