Brasil, 25 de junho de 2025
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Sisters dizem não a cortes em programas sociais que apoiam imigrantes

Religiosas de 60 comunidades protestam em Washington, D.C., contra propostas de cortes em auxílio a imigrantes e famílias de baixa renda

No dia 24 de junho, irmãs de 60 congregações reuniram-se em Washington, D.C., para defender a manutenção de programas sociais que beneficiam imigrantes e pessoas de baixa renda. O evento, intitulado “Sisters Speak Out”, contou com a participação de aproximadamente 300 freiras e apoiadores, além de ter sido realizado simultaneamente em cerca de 40 locais pelo país.

Sisters Speak Out: combate aos cortes em programas essenciais

A iniciativa foi uma resposta ao projeto de lei de reconciliação que tramita no Senado dos Estados Unidos, e visa impedir cortes de financiamento em áreas como saúde, alimentação e assistência social. De acordo com comunicado das Irmãs da Misericórdia das Américas, o objetivo era alertar sobre os efeitos devastadores que a redução de recursos teria sobre famílias, crianças, idosos e pessoas com deficiência.

A coordenadora de educação e organização do grupo, irmã Eilis McCulloh, explicou que a ideia surgiu de “um desejo por ação”. Ela afirmou que, após uma conferência com defensores de justiça de diferentes comunidades religiosas femininas, as freiras passaram a se reunir semanalmente para planejar uma manifestação com alcance nacional.

Atividades e oração em prol de uma economia justa

No evento, realizado na calçada do Senado, as participantes participaram de uma oração de dezenas de rosários, utilizadas como símbolo de resistência e oração. Cada mistério doloroso do rosário foi conectado a uma das questões discutidas: a defesa do Medicaid, a proteção dos direitos dos imigrantes e o fortalecimento do Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP).

Sister Eilis destacou que a ampla participação de apoiadores em todo o país foi uma das melhores realizações do dia. “Muitos disseram que não podiam estar presentes fisicamente, então arrecadaram mais de 300 rosários para que as pessoas pudessem rezar durante os atos”, contou ela.

Defesa dos direitos à saúde e alimentação

Outra oradora, sister Mary Haddad, das Irmãs da Misericórdia, enfatizou a importância de defender o acesso à saúde. “Medicaid não é apenas um programa de saúde; é uma linha de vida”, afirmou, alertando que o projeto de lei proposto comprometeria os programas de assistência médica e social que sustentam milhões de americanos.

Já sister Patty Chappell, da Congregação de Notre Dame de Namur, pediu reflexão sobre a dura realidade de muitas famílias: “13% da população depende de apenas R$ 230 ao mês para alimentar suas famílias — um valor que cobre somente uma dieta de subsistência”. Ela questionou: “Como alguém consegue sustentar uma família com apenas R$ 6,20 por dia?”

Defendendo os direitos humanos e o bem-estar das famílias

Além das questões econômicas, a ativista sister Terry Saetta abordou a vulnerabilidade de crianças migrantes. “Nenhuma criança deveria sair de casa traumatizada, com medo de nunca mais ver seus pais”, destacou ela, reforçando que o orçamento é, na visão dela, um “documento moral que revela nossos valores”.

Além das mobilizações em Washington, as freiras tiveram encontros com senadores, incluindo Chris Van Hollen, Thom Tillis, Raphael Warnock, Tammy Duckworth, Dick Durbin e John Cornyn, para dialogar sobre o impacto do projeto de lei nas comunidades vulneráveis. Também enviaram uma carta assinada por aproximadamente 2.500 freiras, alertando que a proposta representaria “o maior dano às famílias americanas em nossas vidas”, indo de encontro aos princípios de fé católica.

Perspectivas futuras e reações

Segundo Sister McCulloh, as ações de ontem representam apenas o começo de um movimento que visa conscientizar e mobilizar a sociedade. “Vamos levar essa energia de volta às nossas congregações e comunidades, para que esse debate continue”, afirmou ela.

O projeto de lei de reconciliação foi aprovado pela Câmara em maio e está em análise no Senado, com expectativa de votação antes do feriado de 4 de julho. Diversas organizações católicas e pró-vida apoiam o texto por considerar que ele combate o financiamento a organizações que realizam aborto, como o Planned Parenthood, embora haja preocupação quanto às demais reduções de programas sociais.

A Conferência dos Bispos dos EUA declarou apoio a alguns pontos do projeto, mas manifestou preocupação com cortes em Medicaid e SNAP, que poderiam prejudicar milhões de famílias americanas, indicando um debate em cheio sobre os valores sociais do país.

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