Brasil, 26 de junho de 2025
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Senado aprova derrubada do reajuste do IOF e derrota governo

Aprovado na Câmara e Senado, projeto que revoga aumento no IOF representa mais uma derrota do governo Lula na esfera legislativa.

Na noite desta quarta-feira, 25 de junho, o plenário do Senado Federal aprovou de forma simbólica um projeto de decreto legislativo que derruba o reajuste nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), realizado anteriormente pelo Executivo. A proposta, que também recebeu parecer favorável na Câmara dos Deputados, expressa uma significativa derrota do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente em um momento de crise entre os Poderes Executivo e Legislativo.

Aprovação em meio a tensões políticas

Com os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), promovendo a votação em um dia de sessão remota, a aprovação do projeto surpreendeu tanto governistas quanto opositores. A medida foi tomada em um ambiente de plenários esvaziados, refletindo a tensão política que permeia a relação entre os poderes e a insatisfação dos parlamentares com as estratégias fiscais do governo.

A proposta que revoga o aumento do IOF, apresentado inicialmente como uma solução para arrecadar R$ 20 bilhões e garantir o déficit zero, trouxe uma forte reação negativa do mercado e dos parlamentares, que se sentiram descontentes com a forma como as medidas estavam sendo implementadas. Apesar do governo ter recuado de algumas mudanças, os congressistas permaneceram insatisfeitos, culminando na aprovação do projeto que visa a derrubada total das alíquotas.

Crise entre Executivo e Legislativo

O projeto de decreto legislativo é relatado pelo deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), que se destacou na argumentação contra o aumento do IOF e a favor do fortalecimento do papel do Congresso nas decisões fiscais. A aprovação desta medida é mais um capítulo na contínua crise de relacionamento entre o Executivo e o Legislativo, que se intensificou nos últimos meses com a rejeição das propostas de ajuste fiscal encaminhadas pelo governo.

Visando contornar esta situação, o governo havia liberado uma série de emendas parlamentares, totalizando cerca de R$ 1,7 bilhão, um esforço para conquistar a confiança dos legisladores. No entanto, essas manobras não foram suficientes para garantir apoio consistente às suas propostas, evidenciando a fragilidade da base aliada atualmente.

Alternativas propostas pelo governo

Em resposta à rejeição das medidas do IOF, o governo apresentou um pacote de alternativas fiscais para atingir a meta de déficit zero. Entre as propostas estão:

  • Imposição de uma alíquota de 5% sobre títulos que anteriormente eram isentos de Imposto de Renda, como LCI e LCA;
  • Redução de 10% nos benefícios tributários;
  • Aumento da taxação sobre apostas de 12% para 18%;
  • Extinção da taxa de 9% da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) das empresas;
  • Estabelecimento de 17,5% como a nova alíquota de Imposto de Renda sobre rendimentos de aplicações financeiras;
  • Elevação de 15% para 20% na cobrança de IR sobre juros sobre capital próprio.

Essas propostas sugerem uma tentativa do governo de diversificar suas fontes de receita, tencionando compensar a perda esperada com a derrubada do IOF. Contudo, a reação do Congresso quanto a essas novas medidas continua incerta, com uma crescente oposição por parte de grupos que criticam a forma como as reformas estão sendo implementadas.

Impacto nas relações políticas

O desfecho dessa saga legislativa pode ter implicações significativas sobre a eficácia do governo em conduzir sua agenda no Congresso, além de afetar a confiança dos investidores e a estabilidade econômica do país. A aprovação do projeto que reverte o aumento do IOF serve como um contundente lembrete da capacidade do Congresso em desafiar as decisões do Executivo, em um momento em que o alinhamento entre os dois poderes se mostra cada vez mais complexo.

Presidido por uma coalizão diversificada, o futuro da administração Lula dependerá de sua habilidade em reconstruir relações com um Legislativo que, ao longo dos últimos meses, demonstrou estar mais disposto a contestar as iniciativas governamentais. Em tempos de crise econômica e política, a harmonização entre o Executivo e o Legislativo será essencial para a sustentabilidade das reformas fiscais necessárias para o país.

O cenário atual evidencia a importância do diálogo e do consenso para a governança no Brasil, enquanto se aprofunda a discussão sobre os efeitos das medidas fiscais e suas repercussões no cotidiano dos cidadãos.

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