Em dezembro de 2023, decidi assistir pela primeira vez o icônico filme “Dude, Where’s My Car?”, lançado em 2000, que marcou uma geração de jovens fãs de humor pastelão e comédia de estirpe stoner. Com o filme disponível na plataforma Hulu, aproveitei para mergulhar nessa nostalgia inesperada, mesmo com 25 anos de atraso.
Primeiras impressões: uma comédia surreal e datada
Logo nas primeiras cenas, percebo o quanto o filme remete ao humor do início dos anos 2000, com CGI toscas — como ostriches digitais que parecem saídas de um clipe barato da época. Apesar do foco num humor de drogas e brincadeiras absurdas, a produção parece menos enraizada na realidade do que imaginava.
“Se eu fingir que assisti o filme todo, você vai guardar segredo pra mim?”, brinco comigo mesmo, enquanto me divirto com a abordagem escancarada de piadas besteiras, como o personagem que volta para o armário como se fosse seu quarto.
Humor, absurdos e referências pop
A tentativa de combinar uma odisséia com calhambeques e humor de baixa química leva a momentos divertidos — embora totalmente idiotas. As piadas repetitivas, como os trocadilhos com “Dude” e as tentativas de humor com semelhanças a Piu-Piu Herman e “Dumb & Dumber”, deixam claro o espírito de filme feito às pressas, quase como um episódio ampliado de sitcom.
Apesar de muitos elementos de humor pastelão, há alguns momentos que arrancaram risadas — especialmente as cenas totalmente absurdas, como um policial torturando um boneco ou o cachorro Jackyl, cuja remuneração deve estar em algum patamar abaixo do mínimo, dada sua frequência no filme.
O enredo e a nostalgia à prova
O mistério de “onde está o carro?” se revela mais cansativo do que divertido, já que o roteiro pouco evolui em interesse. Em comparação, filmes como “Se Beber, Não Case” parecem mais envolventes, mesmo que também tenham seu humor de baixa qualidade.
Algumas referências, como cameos de celebridades e animais caricatos como llamas que parecem dinossauros, só reforçam a essência exagerada e imprevisível do filme, que parece mais uma coletânea de piadas aleatórias do que uma história coerente.
Personagens, clichês e o impacto cultural
Jennifer Garner, por exemplo, atua com empenho, mesmo com cenas deslocadas e um roteiro que mescla alienígenas genéricos com piadas repetidas. É interessante notar que o filme tenta se sustentar na nostalgia, mas mostra também seus limites, especialmente ao tratar temas com piadas antiquadas ou racistas.
Apesar de sua máfia de clichês, “Dude, Where’s My Car?” consegue algumas doses de humor genuíno nas suas absurdidades, como as cenas com dinossauros de pelúcia e piadas de efeito exagerado, típicas do humor tolo de Hollywood na virada do milênio.
Reflexões finais
Ao chegar ao fim, percebo que, embora o filme seja extremamente bobo e repetitivo, possui um charme nostálgico que algumas comédias contemporâneas dificilmente conseguiriam reproduzir. No entanto, sua qualidade cinematográfica deixa a desejar, e muitos aspectos, incluindo estereótipos e piadas de mau gosto, envelheceram mal.
Seja como um passeio despretensioso pelas memórias dos anos 2000 ou uma análise crítica de um filme que poderia nunca sair das plataformas de streaming, “Dude, Where’s My Car?” revela-se uma obra ultrapassada, mas divertida na sua essência menos inteligente.
Você já assistiu ao filme? Concorda com as minhas impressões ou acha que ele é uma peça divertida de nostalgia? Compartilhe sua opinião nos comentários!