Um acidente trágico em Cruz das Almas, na Bahia, aconteceu na última terça-feira (24) quando uma jovem de 21 anos foi severamente ferida após ter seu rosto atingido por uma espada junina. A vítima, cuja identidade não foi revelada, chegou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com múltiplos traumas faciais e, devido à gravidade de seus ferimentos, foi transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador. Até o momento, não há atualizações sobre seu estado de saúde.
O aumento dos acidentes com fogos de artifício
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Cruz das Almas, houve um alarmante aumento de atendimentos relacionados a queimaduras por fogos de artifício entre 1 e 24 de junho. Neste período, a unidade registrou 169 atendimentos, sendo que 10 desses pacientes tiveram que ser transferidos para hospitais com maior complexidade por causa das lesões. O uso de fogos de artifício, especialmente durante as festividades juninas, tem gerado preocupação entre autoridades e profissionais de saúde.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), 72 pessoas foram atendidas em unidades estaduais devido a queimaduras relacionadas a fogos de artifício. Entre os casos, 19 eram de crianças com menos de 12 anos. Das 53 ocorrências registradas no HGE, o maior número foi de queimaduras geradas por explosões de bombas e espadas juninas. O fenômeno das “guerras de espadas”, onde jovens e adultos se enfrentam com esses artefatos, tem se tornado cada vez mais comum, gerando preocupação sobre a segurança pública.
Guerra de espadas: tradição ou risco?
A guerra de espadas é uma tradição muito debatida na Bahia. Durante os festejos juninos do estado, as ruas se transformam em verdadeiros campos de batalha onde participantes acendem fogos e se envolvem em simulações de combate. Embora muitos considerem essa prática uma parte cultural do evento, é vital lembrar que a fabricação e uso de espadas é considerado crime desde 2017, com penalidades que podem chegar a seis anos de prisão.
As espadas juninas são variações mais potentes dos tradicionais buscapés e são frequentemente feitas com materiais de modo artesanal, o que aumenta seu potencial de causar ferimentos graves. O uso de fogos de artifício é colocado em evidência as falhas na fiscalização e na conscientização sobre os perigos que essas práticas representam.
Operações policiais e apreensões de fogos
O recente aumento de incidentes relacionados ao uso irresponsável de fogos de artifício levantou a atenção das autoridades. Em resposta, a Polícia Civil realizou operações em várias cidades da Bahia, resultando na apreensão de 2,5 milhões de fogos de artifício clandestinos — o maior registro do tipo em uma década. As operações ocorreram em Salvador e em municípios vizinhos, onde 58 locais foram fiscalizados e inquéritos foram abertos para investigar a produção e venda ilegal desses artefatos.
Além disso, a Polícia Militar, em Juazeiro, prendeu 20 rojões utilizados em guerras de fogos durante rondas, reforçando a necessidade de medidas de segurança mais rígidas para evitar novos acidentes durante a temporada de festas juninas.
Conscientização sobre os riscos
Enquanto as festividades continuam, o Corpo de Bombeiros e as autoridades locais continuam a alertar sobre os riscos associados à fabricação e utilização de tais artefatos. A tragédia ocorrida em Cruz das Almas é um chamado urgente para que os foliões e organizadores do evento considerem as consequências e a segurança de todos os envolvidos, especialmente das crianças que são frequentemente as mais afetadas.
À medida que os festejos juninos prosseguem, é fundamental que a sociedade se conscientize dos riscos da chamada “guerra de espadas” e que soluções eficazes sejam implementadas para garantir a segurança, evitando tragédias como a que afetou a jovem de 21 anos.
Para mais informações sobre saúde e segurança, acompanhe as atualizações em veículos de comunicação confiáveis e esteja ciente dos perigos que podem surgir durante as celebrações.