O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) classifica como “provocação” a nomeação do deputado bolsonarista Coronel Chrisóstomo (PL-RO) como relator da proposta de alteração do IOF na Câmara. A votação, marcada por Hugo Motta, gerou tensões e preocupação no governo, que diz ter sido pego de surpresa.
Controvérsia na votação do IOF
O anúncio da votação foi feito por Hugo Motta, presidente da Câmara, em uma postagem no X (antigo Twitter) na noite de terça-feira. Lindbergh criticou a decisão, afirmando que “não existe espaço de diálogo” e considerando a escolha do relator uma provocação. A votação foi marcada às pressas por Motta sem o quórum adequado, o que gerou críticas do governo.
“Ele cometeu um grave erro. É uma temeridade pautar um tema de tamanha importância sem que haja quórum em Brasília. Fico me perguntando o que motivou uma reunião ser convocada às 23h35”, declarou Lindbergh.
Repercussões e críticas ao governo
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestaram-se sobre o tema. Gleisi afirmou que a derrubada do decreto do IOF pode afetar a execução de emendas parlamentares, enquanto Haddad afirmou que a medida do governo “corrige injustiças” ao combater a evasão de impostos e reforça os direitos sociais.
Para Lindbergh, a movimentação de setores do Congresso busca criar dificuldades ao governo e prejudicar o país em véspera de 2026. “O governo precisava de R$ 50 bilhões, conseguiu R$ 30 bilhões, e o IOF era uma peça fundamental para arrecadação. Derrubá-lo agora vai dificultar a recuperação econômica”, explicou.
Alerta contra ações de inviabilização
O senador também acusou setores do Congresso de tentarem inviabilizar a gestão de Lula: “Vejo alguns tentando atrapalhar. Não é correto tentar antecipar o calendário eleitoral, impondo derrotas ao governo e prejudicando o país. Nós não vamos aceitar que tentem paralisar o governo do presidente Lula”, afirmou.
Defesa do presidente da Câmara
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), saiu em defesa de Hugo Motta após as críticas. Segundo ele, Motta indicou na última reunião de líderes que a votação do mérito do projeto seria realizada em breve. “O governo Lula é analógico. Na última reunião, o recado do Hugo Motta foi claro”, afirmou.
Sóstenes destacou ainda que a estratégia reunia o objetivo de manter o debate em datas distintas e criticou a postura do Executivo de culpar o presidente da Câmara. “Responsabilizar o Hugo Motta é um erro. O governo precisa parar de culpar a oposição e o presidente da Casa”, completou.
Quanto ao apoio a Chrisóstomo, o parlamentar defendeu a escolha de um parlamentar da oposição para relator e considerou legítimo o ato. “É importante que a oposição participe do processo e que a eleição do relator seja uma decisão legítima”, concluiu.
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