A campanha do Fluminense na fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes da FIFA é daquelas que exigem uma boa dose de interpretação — e um pouco de paciência também. O time chegou à última rodada elogiado por um empate e criticado por uma derrota, algo bem ao estilo tricolor. Mas o que mais chama a atenção é como a coragem, que sobrou na estreia, foi sumindo aos poucos como cerveja em fim de churrasco.
A estreia impressionante contra o Borussia Dortmund
A estreia foi empolgante. Contra o Borussia Dortmund, o Flu cumpriu a promessa de Renato Gaúcho de jogar com ousadia. Não se intimidou, foi pra cima, surpreendeu alemães e curiosos do mundo todo. Era o cartão de visitas do futebol sul-americano: “Oi, Europa. Podemos sim.” E naquela primeira rodada, o tricolor foi, sem dúvida, o melhor brasileiro em campo, mostrando um futebol vibrante e ousado, que prometia muito para o torneio.
Desafios e confusões nas partidas seguintes
Veio o Ulsan, e com ele, o famoso “não entendi”. As mudanças de Renato confundiram mais que ajudaram. O time enfrentou lapsos e apagões e viu o treinador voltar a intervir para corrigir as besteiras que ele mesmo cometeu. Apesar da confusão tática, o saldo ainda poderia ser considerado positivo: se o Botafogo brilhou contra o PSG e o Flamengo atropelou o Chelsea, era o Flu quem apresentava o futebol mais surpreendente até ali, especialmente ao se considerar as expectativas pré-torneio, quando o complexo de vira-lata ainda pulsava no futebol brasileiro.
O jogo contra o Mamelodi e o receio excessivo
Contra o Mamelodi, porém, o enredo mudou de canal. O Fluminense passou de corajoso a precavido demais. O time trocou a ousadia por um receio que beirou a covardia. Por sorte, o adversário também não era muito atrevido — e a classificação veio. Mas somando esse jogo ao tropeço anterior, o que antes era destaque virou dúvida. De melhor brasileiro, o Flu agora deixava mais interrogações ao fim dos três jogos.
Meio cheio ou meio vazio?
No fim das contas, a matemática é simples: está classificado. Assim como Botafogo, Flamengo e Palmeiras, o Flu segue vivo no torneio. Mas a pergunta que fica é aquela do velho copo: meio cheio ou meio vazio? O pessimista vai lembrar que o time patinou contra adversários menos badalados e prever uma volta cedo para casa agora com times mais cascudos pelo caminho. Por outro lado, o otimista apostará que o susto serviu como um alerta e que o verdadeiro Flu é aquele da estreia — valente, técnico e atrevido. Os adversários mais difíceis podem ajudar a fazer renascer aquela audácia.
A expectativa para as oitavas de final
Resta saber se, nas oitavas, o time realmente reencontra a coragem — mesmo que diluída em um pouco mais de equilíbrio. Porque, com esse combo bem dosado, pode muito bem reencontrar também o futebol que encantou no primeiro jogo e dar à torcida uma alegria ainda maior do que as que já deu até aqui. A primeira rodada já parece mais distante do que se imaginava, e as oitavas, mais próximas do que nunca.
O que se espera agora é que o Fluminense possa não apenas avançar mais no torneio, mas também resgatar a bravura e determinação que marcaram seu início na competição. Assim, os tricolores podem continuar criando memórias inesquecíveis na história do futebol mundial.