Em um caso que ganhou atenção nacional, Elizabete Arrabaça, presa por suspeita de envolvimento nas mortes por envenenamento de sua filha Nathalia Garnica e da nora Larissa Rodrigues, voltou a prestar esclarecimentos à Polícia Civil nesta quarta-feira (25). As declarações foram feitas de forma virtual, uma vez que a suspeita se encontra detida em Mogi Guaçu, interior de São Paulo. As investigações estão sendo conduzidas em Ribeirão Preto, onde as vítimas foram encontradas mortas.
Os depoimentos e a defesa de Elizabete
O advogado de Elizabete, Bruno Corrêa, compartilhou com a imprensa detalhes do depoimento de sua cliente, que alegou ter ido à casa de Nathalia em fevereiro deste ano para cuidar dela, que estava doente. Segundo Elizabete, ao chegar, encontrou a filha aparentemente engasgada: “Ela alega que teria engasgado ao tomar água”, afirmou o advogado.
Durante o interrogatório, a polícia indagou Elizabete sobre uma suposta pesquisa que teria feito a respeito de uma pensão em nome da filha, mas ela negou qualquer intenção de buscar herança, apesar de o advogado ter revelado que a previdência de Nathalia designava Elizabete como beneficiária.
Em outro momento do depoimento, a mulher que se encontra sob custódia pediu prisão domiciliar alegando problemas de saúde, um pedido que já havia sido indeferido anteriormente pela Justiça.
Suspeitas na família e questões financeiras
O clima de desconfiança se instala ao redor de Elizabete, não apenas por parte das autoridades, mas também dentro de sua própria família. Sua irmã, Eveline Arrabaça, acredita que poderia ser a próxima vítima da suspeita. Ela relatou que, após a morte do pai, Elizabete começou a se aproximar para discutir a herança deixada, fazendo com que Eveline temesse por sua segurança.
“Ela começou a se aproximar mais de mim para eu poder comprar essa parte dela da herança”, relatou Eveline, acrescentando que Elizabete tinha um histórico de comportamentos estranhos, como o envio de vídeos sem compaixão, como quando a cachorrinha de Nathalia morreu.
Além disso, o ex-marido de Elizabete, Antonio Garnica, trouxe à tona suspeitas sobre uma apólice de seguro de vida que Elizabete contratou em seu nome sem que ele tivesse ciência, além de mencionar a morte suspeita de uma amiga em comum que ocorreu pouco após uma visita dela.
Análise das mortes por envenenamento
A tragédia envolvendo Larissa Rodrigues, de 37 anos, e Nathalia Garnica, de 42 anos, fez com que a polícia realizasse uma exumação, que confirmou envenenamento por “chumbinho”, uma substância letal. Larissa foi encontrada morta do apartamento em que vivia com Luiz Garnica, que também é investigado no caso. A autópsia revelou que a professora não tinha sinais de violência, mas a presença do veneno sugere um crime premeditado.
Nathalia, por sua vez, teve um infarto que a levou à morte, mas aparentemente nenhum problema de saúde a levaria a tal situação. Com isso, a relação entre as mortes levanta questões alarmantes, pois ambas ocorreram em um contexto familiar complicado, marcado por dívidas e tensões.
Próximos passos nas investigações
As investigações continuam, e um procurador do Ministério Público, Marcus Túlio Nicolino, revelou que há planos de formalizar uma denúncia por feminicídio contra Elizabete Arrabaça e seu filho Luiz Garnica nos próximos dias. O desfecho desse caso ainda está longe de ser claro, mas as evidências indicam uma sequência de tragédias familiares que poderá resultar em uma sentença severa para os envolvidos.
O Brasil aguarda ansiosamente o desdobrar desse caso chocante, que expõe não apenas as complexidades das relações familiares, mas também a gravidade dos crimes de ética e moralidade que podem envolver o amor e a herança. A expectativa é que as autoridades do Estado de São Paulo atuem com firmeza nas investigações para trazer justiça às vítimas.
Para mais detalhes e atualizações sobre o caso, acompanhe o canal g1 Ribeirão e Franca.