Brasil, 26 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Câmara aprova derrubada de decretos que aumentam IOF

Com votos de 383 deputados, medida visa derrubar decretos do governo que elevam o Imposto sobre Operações Financeiras, seguindo para o Senado

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (25) uma proposta que destrói três decretos do governo Lula que aumentam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O texto, que segue agora para análise do Senado, busca impedir a efetivação de dispositivos que elevam tarifas do IOF em operações de crédito, compra de moeda estrangeira e outras transações financeiras.

Derrota expressiva para o governo e impactos na política fiscal

Por ampla maioria, a proposta foi aprovada com o voto de 383 deputados contrários aos decretos, enquanto 98 votaram a favor da permanência das medidas. Caso seja aprovada pelos senadores, a medida irá derrubar definitivamente as alterações, que visavam arrecadar mais recursos por meio de tarifas elevadas.

A discussão ocorreu na véspera do vencimento de uma das medidas, inserida na pauta da Casa na noite de terça (24). A decisão refletiu um crescente descontentamento de setores do Congresso com as decisões da equipe econômica, e uma resistência às alterações propostas pelo Ministério da Fazenda.

Reações e disputas políticas

O líder da bancada governista, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi o principal responsável por apresentar a proposta de derrubada, após surpreender o plenário e indicar que a alteração na agenda de votações não tinha sido comunicada oficialmente pelo Planalto. Sua postura gerou críticas de ministros do governo Lula, que defenderam a manutenção dos decretos.

Motta afirmou que a análise do tema na Câmara representava uma insatisfação do Congresso com os reiterados aumentos de impostos. Nos últimos dias, o deputado criticou publicamente o pacote de medidas alternativo à alta do IOF, sugerido pelo Ministério da Fazenda e divulgado pelo ministro Fernando Haddad.

Medidas alternativas e estratégias do governo

Após a votação, o governo lançou uma campanha de sustento aos decretos, argumentando que sua manutenção é essencial para garantir o funcionamento da máquina pública sem bloqueios ou contingenciamentos. Além disso, apresentou ao Congresso um pacote de medidas provisórias com propostas como aumento de tributações sobre apostas e cobrança de Imposto de Renda sobre investimentos isentos.

Apesar do apoio à estratégia do Executivo, lideranças parlamentares indicam que a derrubada dos decretos indica dificuldades para aprovar a medida provisória (MP), que ainda está em análise no Congresso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou em redes sociais que o aumento do IOF combate a evasão de impostos dos mais ricos e ajuda a equilibrar as contas públicas.

Por sua vez, a líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann, salientou que a derrubada das medidas pode levar a bloqueios orçamentários e à necessidade de contingenciamentos no orçamento público, prejudicando programas sociais e a execução de emendas parlamentares. Ela destacou que é necessário priorizar o crescimento econômico e a justiça social.

Próximos passos no Congresso

O avanço para o Senado é considerado um passo decisivo para a definição do futuro das tarifas do IOF. A expectativa é de que, se os senadores confirmarem a aprovação, os decretos sejam definitivamente revogados, alterando o cenário de política fiscal do governo Lula.

O episódio evidencia o clima de tensão entre o Executivo e o Legislativo, sobretudo em temas ligados à arrecadação e tributação, que impactam diretamente o equilibrio das contas públicas e as políticas sociais do país.

Fonte

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes