Braden Smith, um dos jogadores da NFL, tem enfrentado um desafio que vai além do campo de futebol. Enquanto sua equipe, o Indianapolis Colts, lutava por uma posição nos playoffs, Smith se viu preso em uma batalha interna complicada, lidando com sua fé e, especialmente, com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), que afeta sua vida pessoal e profissional.
O impacto da fé e do TOC na vida de Braden Smith
O que começou como uma exploração aprofundada da fé para Smith logo se transformou em um dilema angustiante. Ele não apenas se questionava sobre suas crenças, como também lutava contra a scrupulosidade religiosa — uma forma de TOC que se caracteriza pela preocupação excessiva com a moral e a religião. “Eu estava tendo um julgamento na minha mente o tempo todo”, disse Smith. A tensão entre seu desejo de viver pela fé e os pensamentos obsessivos causava enorme angústia.
O impacto do TOC na vida de Smith se tornou evidente durante a última temporada da NFL. Ele relatou momentos de “colapsos mentais” antes das partidas e uma constante distração em campo. Essa batalha interna o levou a considerar a aposentadoria, um passo drástico para alguém que ama o jogo.
Buscando tratamento: uma nova abordagem
Após conversas sinceras com sua esposa, Courtney, Smith decidiu se internar em uma instalação médica especializada. Foram 48 dias de tratamento e um diagnóstico confirmando o TOC. O progresso, no entanto, foi lento, e a ideia de cirurgia cerebral foi levantada. Contudo, Smith escolheu uma abordagem diferente: o uso de drogas psicodélicas, ibogaína e 5-MeO-DMT, que são proibidas nos EUA, mas não estão na lista de substâncias proibidas da NFL.
A experiência no México teve um impacto positivo em sua saúde mental. Com o apoio da terapia e os tratamentos, Smith encontrou uma nova perspectiva sobre sua luta. “Isso abriu portas na minha mente”, afirmou ele, reconhecendo que a autoconsciência era crucial para entender e lidar com seus pensamentos obsessivos.
O processo contínuo de recuperação
A jornada de Smith não terminou com o tratamento no México. Mesmo agora, ele reconhece que a luta contra o TOC é contínua. “Ainda estou lidando com o TOC, ainda tenho obstáculos a superar todos os dias”, ele compartilhou, enfatizando a importância de aceitar a condição em vez de lutar contra ela. Esse sentimento de resiliência é visível em sua postura em relação ao futebol e sua vida pessoal.
Embora tenha avançado em sua recuperação, Smith admitiu que o TOC ainda gera dúvidas em sua mente. Durante os jogos, ele se encontrou lutando contra pensamentos que questionavam sua ação e propósito. Estas batalhas internas às vezes ofuscam a alegria que o futebol trouxe durante anos.
A importância de abrir-se sobre a saúde mental
Braden Smith agora usa sua plataforma para ajudar outros que enfrentam desafios semelhantes. Ele encoraja aqueles que estão lutando com questões de saúde mental a se abrirem para pessoas de confiança. “É uma conversa muito desconfortável. As coisas que passei na minha cabeça não são algo que se quer falar com qualquer um”, disse. “Mas se você não falar sobre isso, nada acontecerá.” Essa mensagem ressoou entre seus colegas e fãs, que buscam entender melhor a interseção entre fé e a saúde mental.
Com a perspectiva de um novo início na temporada da NFL, Smith se sente mais forte e preparado para enfrentar os desafios que surgem não apenas no campo, mas também em sua jornada pessoal de fé e recuperação. Ele rapidamente se tornou um exemplo inspirador de luta e superação, ressaltando a importância de buscar ajuda e de abordar as questões de saúde mental sem estigmas.
Neste ano, o compromisso de Smith com seu bem-estar e sua carreira como atleta é visível. Ele não apenas está de volta ao futebol, mas também se esforça para inspirar outros que podem estar passando por lutas semelhantes. A jornada está longe de terminar, mas Braden Smith continua firme, provando que, mesmo nas batalhas mais difíceis, é possível encontrar a força para continuar.
