No dia de ontem, o Senado brasileiro aprovou um projeto de lei que visa a reserva de 30% das vagas nos conselhos de administração de empresas estatais para mulheres. A proposta, que chegou a ser discutida há meses, abrange tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista, incluindo conselhos de instituições de destaque como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e a Petrobrás.
Implementação gradual da medida
A cota estabelecida pelo projeto será implementada ao longo de um período de três anos. No primeiro ano, as empresas deverão garantir que 10% de suas vagas sejam ocupadas por mulheres. No segundo ano, esse número aumentará para 20%, e, finalmente, no terceiro ano, atingirá os 30%. Desde 2023, essa proposta vinha tramitando no Senado sem votação, mas recebeu apoio significativo, culminando na aprovação em uma votação simbólica que dispensou o registro nominal dos votos.
Foco em diversidade e inclusão
A medida não apenas voltada a aumentar a participação feminina, mas também estabelece uma meta específica de inclusão: do total de 30% de vagas reservadas para mulheres, uma parte desse montante deverá ser destinada a mulheres negras e com deficiência. Essa decisão foi recebida positivamente por ativistas e representantes de movimentos sociais que lutam pela igualdade de gênero e pela valorização da diversidade em posições de liderança.
Fiscalização e repercussões legais
Para garantir a eficácia dessa nova norma, órgãos de controle externo e interno serão responsáveis pela fiscalização do cumprimento da cota nos conselhos. Caso as empresas não cumpram com a reserva, os conselhos estarão impedidos de deliberar sobre quaisquer matérias. Essa sanção é uma forma de assegurar que a inclusão não seja apenas nominal, mas que se traduza em ações concretas dentro das políticas corporativas e administrativas das estatais brasileiras.
A inclusão de mais mulheres nos conselhos de administração é vista como uma importante estratégia para transformar a cultura corporativa no Brasil. Estudos internacionais indicam que a diversidade de gênero em ambientes de liderança pode levar a melhores decisões e resultados financeiros. Para muitas, a aprovação dessa reserva representa não apenas uma vitória legislativa, mas um passo significativo rumo à igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.
Próximos passos e sanção presidencial
Com a aprovação do Senado, o projeto seguirá agora para sanção presidencial. Essa fase é crucial, pois a implementação da medida dependerá da confirmação do presidente, que tem o poder de aprovar ou vetar o texto. Os defensores da proposta esperam que a sanção ocorra rapidamente, dada a pressão social e o apoio que a iniciativa recebeu ao longo de sua tramitação.
Os próximos anos prometem ser desafiadores, mas também repletos de oportunidades para transformar o presente e o futuro das mulheres em cargos de liderança no Brasil. Em um país onde a desigualdade de gênero ainda é uma realidade gritante em diversos setores, medidas como essa são cruciais para assegurar que as mulheres tenham a oportunidade de ocupar os espaços que lhes foram historicamente negados.
Assim, a aprovação dessa medida pelo Senado não só representa a luta por igualdade, mas também a chance de transformar as estruturas de poder no Brasil, permitindo que mais vozes femininas sejam ouvidas e que mais mulheres possam contribuir com suas experiências e perspectivas nos altos escalões da administração pública.