O futuro do Olympique Lyonnais, um dos clubes mais tradicionais do futebol francês, será definido na tarde desta terça-feira, em uma audiência crucial na sede da Liga de Futebol da França (LFP). John Textor, proprietário da holding que administra o clube, irá apresentar o orçamento da temporada 2025-2026 à Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) na tentativa de afastar a ameaça de rebaixamento para a Ligue 2, uma decisão que foi determinada em novembro do ano passado.
John Textor: decisões e desafios financeiros
Textor chegou minutos antes do início da audiência, mas, ao encontrar as portas da LFP trancadas, evitou contato com os jornalistas. Ele apenas respondeu a uma indagação sobre o desempenho do Botafogo no Mundial de Clubes, onde se demonstrou insatisfeito com a derrota por 1 a 0 para o Atlético de Madrid, mas expressou felicidade pela classificação do time.
O desafio que Textor enfrenta é significativo. A DNCG havia marcado o julgamento do Lyon há um mês, e o clube precisa demonstrar que terá recursos para cumprir suas obrigações financeiras na próxima temporada. Entretanto, conforme já foi comunicado, ele não poderá contar com direitos de transmissão antecipados ou promessas de vendas para compor seu orçamento.
Ainda que o rebaixamento não seja o interesse principal da DNCG, o órgão pode adotar medidas rigorosas, como a proibição de novas contratações e um controle mais severo sobre a folha salarial. Neste contexto, Textor terá que oferecer garantias concretas de que o Lyon terá sustentabilidade financeira. Desde o início do ano, o clube já vendeu ativos que totalizam € 110 milhões e com isso, conseguiu reduzir significativamente sua folha de pagamento. A Eagle, empresa de Textor, também anunciou uma injeção de € 83 milhões, além dos investimentos de alguns acionistas, como Michele Kang.
Expectativas em relação às vendas e IPO
As expectativas são altas quanto à possível venda da participação de Textor no Crystal Palace e a entrada do Lyon na Bolsa de Nova York. Recentemente, o processo de IPO passou pela fase de “rascunho de declaração de registro” na Comissão de Valores Mobiliários (SEC). Um acordo já foi assinado para a venda de 45% das ações do Crystal Palace ao investidor Woody Johnson, por um valor superior a € 200 milhões, mas a transação ainda precisa passar pela aprovação da Premier League.
Comunicação e negociações com a DNCG
De forma tranquila, Textor se manifestou sobre sua relação com a DNCG, afirmando que tem mantido um diálogo ativo com os membros do órgão para alinhar expectativas. “Temos discutido os detalhes do nosso plano de negócios com bastante antecedência à audiência. Valorizamos essa comunicação e estamos cientes das expectativas da DNCG. Estamos animados para uma temporada 2025-2026 de sucesso”, afirmou Textor ao jornal L’Équipe.
Vale ressaltar que, em novembro de 2024, o Lyon já havia sido penalizado com um “transfer ban” pela DNCG, que proibiu o clube de realizar contratações na janela de janeiro. Naquela ocasião, Textor não conseguiu convencer os representantes do órgão com seu plano financeiro, o que levou à necessidade de apresentar garantias financeiras de pelo menos € 100 milhões para a temporada atual.
O risco de rebaixamento se intensifica, e o Lyon terá que estar atento aos detalhes, principalmente em relação ao controle da folha de pagamento e outras medidas que podem ser adotadas pela DNCG para os próximos meses. A decisão de hoje é um marco que poderá definir o futuro do clube na elite do futebol francês.
Assim, o cenário que se apresenta para o Lyon é de expectativa e incertezas, onde o desempenho de John Textor e a capacidade de cumprir as exigências financeiras se tornam fundamentais para a trajetória do clube na Ligue 1.
