Nesta terça-feira (24), o dólar abriu em queda de 0,42%, cotado a R$ 5,4793, após sinais de aumento de tensão no Oriente Médio e o mercado reagir à ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pelo Banco Central. O Ibovespa, por sua vez, iniciou seus negócios com queda de 0,41%, aos 136.550 pontos.
Conflito no Oriente Médio aumenta incertezas nos mercados financeiros
As tensões entre Israel e Irã tiveram uma escalada após acusações mútuas de violação do cessar-fogo, mesmo com declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que uma trégua tinha sido alcançada na segunda-feira (23). No entanto, na manhã desta terça, ambos os países se acusaram novamente de violar o acordo, reacendendo o temor de uma escalada do conflito.
Segundo informações oficiais, os confrontos deixaram mais de 240 mortos e milhares de feridos até o momento. A troca de ataques, incluindo lançamentos de mísseis do Irã contra uma base norte-americana no Catar, trouxe volatilidade aos mercados globais, especialmente ao preço do petróleo.
Repercussão nos preços do petróleo
Após a escalada de tensões, os preços do petróleo disparam inicialmente e, posteriormente, recuaram com a gestão de riscos por Teerã. Analistas avaliam que o Irã não busca um bloqueio total do Estreito de Ormuz, por onde passa aproximadamente 20% do petróleo mundial, o que poderia provocar alta abrupta na commodity. A possibilidade de um avanço na guerra ainda mantém os investidores atentos, mas há uma expectativa de contenção do conflito.
Trump reforçou sua prioridade de manter os preços do petróleo baixos, escrevendo em suas redes sociais: “Pessoal, mantenham os preços do petróleo baixos, estou de olho!”.
Reações do mercado e influência da ata do Copom
O mercado de câmbio também foi influenciado pela divulgação, nesta terça-feira, da ata do Copom, que indicou um tom “dovish” (mais brando) em relação à política de juros. O documento reforçou que a autoridade monetária pretende interromper o ciclo de altas de juros para monitorar os efeitos na economia, mesmo após o aumento da Selic para 15% ao ano, o maior desde 2006.
Essa postura mais cautelosa resulta na expectativa de desaceleração econômica, embora o BC ainda reconheça que a inflação apresenta melhora no curto prazo, verte-se na necessidade de seguir monitorando os fatores internos e externos que podem influenciar os preços.
Impacto na atividade econômica
Especialistas avaliam que o aumento dos juros, embora mais brando na comunicação, ainda deve desacelerar o consumo ao elevar os custos de empréstimos e compras parceladas. Isso ajuda a manter o controle inflacionário, mas reforça o cenário de cautela para o mercado financeiro.
Dados econômicos e perspectivas globais
Com a situação de instabilidade no Oriente Médio, o mercado também mantém atenção à política econômica brasileira, cuja confiança foi reforçada pela postura do Banco Central e pelas perspectivas de uma pausa no ciclo de alta de juros. A volatilidade diante dos conflitos internacionais reforça a busca por ativos mais seguros, como o dólar, cujo acumulado semanal ficou disperso, em queda de 0,40%, e o ano registra uma baixa de 10,96%.
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