Quando soube que “We Were Liars” ganharia uma série, a autora E. Lockhart esperava uma fidelidade à essência do livro, mas também desejava que a adaptação tivesse liberdade para explorar novos elementos visuais e narrativos. O projeto, que levou anos para sair do papel, finalmente foi lançado pela equipe de Julie Plec e Carina Adly Mackenzie, trazendo uma nova perspectiva à história de mistério e luto.
Transformações na adaptação: mais detalhes, mais histórias
A principal mudança na versão televisiva foi a ampliação do universo dos personagens secundários, especialmente os Liars além de Cady, que ganharam suas próprias histórias de fundo. Johnny, por exemplo, teve seus problemas de ira e quase matou alguém aprofundados, desenvolvidos em colaboração com as roteiristas. A autora explica que trabalhou em uma sala de roteiristas por 10 semanas, contribuindo para o desenvolvimento dessas narrativas e garantindo que permanecessem fiéis ao espírito do livro.
Construção dos personagens e input da autora
Lockhart afirmou que sua participação foi intensa na fase inicial de planejamento, principalmente na estruturação do final do episódio final. Ela também colaborou na criação de um universo expandido através do livro “Family of Liars”, que dialoga com a série ao explorar o passado das mães de Cady. “Eles construíram essas personagens a partir do meu livro, tornando a narrativa multifacetada e geracional”, disse.
Casting e bastidores da escolha dos atores
A autora relembra o processo de seleção, que contou com um open call nas redes sociais e plataformas como a Backstage. Um dos destaques foi Shubham Maheshwari, que interpretou Gat, um ator que nunca tinha feito televisão antes, mas conquistou a equipe durante as audições. Emily Alyn Lind, que interpreta Cady, também foi uma escolha que encantou os produtores logo no início do processo, por sua performance espontânea e carisma.
Momentos favoritos das filmagens
Lockhart relembra com carinho uma cena cômica do episódio 7, onde Joseph Zada, que interpreta Johnny, improvisou um homenagem ao famoso “Risky Business” de Tom Cruise, dançando com entusiasmo em uma cena que se tornou inesquecível para a equipe. Ela também destaca que, na série, buscaram manter a essência interna do livro, especialmente a temática do luto silencioso e da culpa.
Impacto e percepções da autora sobre a mudança de mídia
A escritora destaca que a série trouxe uma abordagem mais visual e literal, mas que o questionamento interno sobre o sofrimento, a culpa e a maneira de conviver com o passado foi preservado. “A questão de como carregamos nossas culpas e aprendemos a viver com elas é universal, e espero que essa mensagem não se perca na adaptação”, afirma.
Por que mudar o período do verão?
Segundo Lockhart, a mudança de Summer ‘15 para Summer ‘16 foi uma decisão para que os atores, todos maiores de idade, interpretassem personagens com uma maturidade maior, além de evitar temas mais delicados para o público jovem, com cenas excessivamente explícitas.
Momentos mágicos e revelações
A autora comenta que uma cena emblemática foi a do leilão de limões, que ela usou no seu livro “Family of Liars”. Ela relata que, ao ver o cenário e os figurinos, sentiu que sua visão se concretizava de forma grandiosa, uma realização emocional de ver as imagens que antes só existiam em sua imaginação.
Sobre o sentimento verdadeiro na narrativa
Lockhart reforça que a essência do significado interno da história, como a luta com a culpa e a aceitação, foi preservada na adaptação. Ela explica que, enquanto autora, consegue expressar vulnerabilidade na escrita, mas que os atores vivem essa intensidade a cada dia de filmagem, o que enriquece ainda mais a experiência de contar uma história tão delicada.
Reações e percepções atuais
A autora também comenta sobre o ressurgimento da obra em plataformas como TikTok, destacando que o grande apelo da narrativa é a emoção genuína que provoca nos leitores e espectadores. “Na pandemia, as pessoas buscavam sentir algo mais intenso, e nossa história oferece exatamente isso”, conclui.
Primeiro projeto de roteiro?
Lockhart revela que essa foi sua estreia na escrita de roteiros para série, tendo participado de algumas versões de pilotos, mas nunca antes na produção de episódios inteiros. Ela destaca o aprendizado e a satisfação de ver sua história ganhar vida na televisão, especialmente numa produção cheia de tantas componentes técnicas e artísticas.
Para quem quer aprofundar ainda mais na trama e nos personagens, a série “We Were Liars” está disponível na Prime Video, e os livros de Lockhart continuam sendo uma leitura obrigatória para fãs de mistério e emoções intensas.