Ao longo dos anos, conservadores frequentemente defenderam uma postura de pacifismo e não-intervenção. Porém, suas ações recentes revelam uma contradição clara com esses discursos, especialmente no contexto da política de Donald Trump, que prometeu ser um “pacificador” e “unificador” durante a campanha eleitoral.
Promessas de paz de Trump e as ações de guerra após a campanha
Trump, candidato e posteriormente presidente, declarou publicamente que seria um “peacemaker” e que evitaria o início de guerras. Em vídeos disponíveis na plataforma YouTube, ele afirmou que jamais começaria conflitos militares sob sua liderança, reforçando uma narrativa de diplomacia e moderação ( vídeo de campanha e promessa de não iniciar guerras).
No entanto, as atitudes do ex-presidente não condizem com essas declarações. Recentemente, ele autorizou ataques a sítios nucleares iranianos — ações que ocorreram sem o aval do Congresso, agravando a percepção de hipócrisia e de incoerência com seu discurso de campanha (fonte NPR).
Conservadores e o discurso de não-intervenção: uma retrospectiva
Vozes que defenderam o respeito ao Congresso
Alguns conservadores inicialmente defenderam uma postura de respeito às prerrogativas do Congresso em relação à declaração de guerra. Por exemplo, a deputada Nancy Mace comentou que “é hora de deixarmos a política de lado e defermos o juramento de todos: o Congresso decide quando entramos em guerra” (publicação no X). Contudo, pouco tempo depois, ela elogiou Trump por bombardear o Irã, sem a aprovação legislativa, abandonando a postura que defendia.
Contradições de figuras de extrema-direita
Conspiradores e figuras de direita também contribuíram para a narrativa de paz, mesmo posteriormente apoiando ações militares. Laura Loomer, por exemplo, criticou Nikki Haley por pedir que os EUA bombardeassem o Irã, afirmando que “Donald Trump foi o único que mostrou que não criaria mais guerras” (tweet de Loomer). Depois, ela chegou a congratular Trump pelos ataques ao Irã, mostrando uma incoerência flagrante.
Discurso e prática: um ciclo de promessas e decepções
Trump, nas redes sociais, também alimentou promessas de evitar guerras. Em 2011 e 2012, ele afirmou que Barack Obama provocaria uma guerra com o Irã para se reeleger (publicações antigas no Twitter). Em 2013, voltou a colocar a culpa na administração anterior de “não saber negociar”, e afirmou que Obama atacaria o Irã no futuro para exibir força (tweet de Trump). Essas declarações demonstram que suas posturas de paz muitas vezes foram contraditórias com suas ações ou apoio a intervenções posteriores.
Reações e consequências atuais
Personagens como Matt Gaetz e JD Vance também defendiam, em momentos, a ideia de Trump como um “força de paz”. Gaetz afirmou que Trump estava atuando como um pacificador antes do ataque iraniano (tweet de Gaetz), enquanto Vance alertou que a postura de Harris poderia levar à Terceira Guerra Mundial (post no Twitter).
Essas declarações, feitas com o discurso de oposição a guerras, tornaram-se frágeis diante das ações concretas de seus apoiadores e lideranças políticas, que recorreram a intervenções militares sem o respaldo do Congresso. O episódio evidencia um padrão de promessas vazias e de uma narrativa hipócrita que, agora, está sendo desmistificada pelas próprias ações políticas recentes.
Perspectivas para o debate público
O contraste entre discursos e atitudes reforça a necessidade de uma análise mais crítica das promessas feitas por figuras conservadoras. A opinião pública e analistas políticos acompanham essas contradições, reforçando a importância de manter as “receitas” fiscais e a fiscalização das promessas feitas em campanha, especialmente em temas sensíveis como o uso da força militar.
Para quem deseja aprofundar esses debates, fica o convite para refletir sobre como discursos de paz muitas vezes escondem interesses políticos e estratégicos que, na prática, revelam uma postura bem diferente.
Quer acrescentar algum exemplo?
Se você conhece outros episódios de contradição entre discurso e ação por parte de figuras conservadoras, compartilhe nos comentários. As provas estão aí, e o presente momento exige que todos mantenham as “receitas” de observação e crítica sempre em mãos.