No último sábado (21), Juliana Marins, uma turista brasileira que estava realizando um mochilão pela Ásia, despencou em um penhasco enquanto trilhava o caminho para o cume do Monte Rinjani, um dos mais famosos vulcões da Indonésia. O incidente já completou quatro dias e as equipes de resgate continuam incansáveis na busca pela jovem niteroiense.
A rota desafiadora do Monte Rinjani
Com uma altitude de 3.726 metros, o Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia e uma das trilhas mais desafiadoras do país. O percurso, que leva entre dois a quatro dias, é notório por seus trechos íngremes e pelos riscos elevados, especialmente em épocas de neblina.
O Parque Nacional Rinjani, onde aconteceu a tragédia, tem sido um popular destino turístico, mas também apresenta preocupações crescentes relacionadas à segurança dos visitantes. Nos últimos cinco anos, o parque registrou 8 mortes e 180 acidentes, de acordo com dados divulgados pelo governo indonésio. O aumento na visitação após a pandemia trouxe não só benefícios econômicos para a comunidade local, mas também uma elevação significativa nos riscos associados ao turismo na área.
O aumento alarmante de acidentes
Segundo dados do Escritório do Parque Nacional do Monte Rinjani, o número de acidentes subiu de 21 em 2020 para 60 em 2024. O relatório destaca que a maioria das ocorrências está ligada ao descumprimento de normas de segurança pelos turistas, como o uso inadequado de equipamentos e o falta de preparo físico.
Os tipos de acidentes mais frequentes incluem quedas e torções. Em resposta a esse aumento de incidentes, o governo indonésio emitiu recentemente um parecer recomendando a criação de um “Procedimento Operacional Padrão (POP)” para busca, resgate e evacuação de turistas, a fim de aumentar a segurança na região.
O resgate de Juliana Marins
As operações para encontrar Juliana continuam a todo vapor. A equipe de resgate enfrentou desafios significativos, descendo cerca de 400 metros pelas encostas do monte, mas a localização exata da turista ainda está estimada a 650 metros de distância.
Na manhã desta terça-feira (24), as autoridades do Parque Nacional do Monte Rinjani anunciaram o fechamento temporário da trilha em que Juliana desapareceu. Essa medida foi tomada para facilitar as operações de resgate e evitar que turistas se aproximem da área de buscas.
Histórico de acidentes na região
O incidente com Juliana não é isolado. Desde 2022, uma série de acidentes fatais ocorreu na região, envolvendo turistas de diferentes nacionalidades. Em 2022, um homem português perdeu a vida ao tentar tirar uma selfie em uma borda perigosa. O governo local tem tomado medidas para aumentar a segurança, como a colocação de placas de alerta e orientações nas entradas das trilhas.
Apesar do aumento das precauções, as quedas em áreas de risco permanecem frequentes. Em 2024, uma mulher suíça e um homem malaio também faleceram enquanto exploravam trilhas não recomendadas.
Precauções e recomendações para turistas
Dada a crescente preocupação com a segurança no Monte Rinjani, turistas são incentivados a seguir rigorosamente as recomendações locais. É fundamental utilizar equipamentos de segurança adequados e contratar guias experientes. Além disso, conhecer e respeitar as trilhas demarcadas é essencial para evitar acidentes.
Com as buscas por Juliana Marins em andamento e a triste realidade dos acidentes na região, espera-se que as autoridades implementem novas medidas de segurança para proteger os visitantes e garantir que situações como essa não se repitam.
A comunidade local e os familiares de Juliana seguem esperançosos por um desfecho positivo, enquanto a busca continua na bela, porém pérfida, região do Monte Rinjani.