Brasil, 24 de junho de 2025
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BC mantém postura cautelosa ante sinais de moderação na economia brasileira

Ata do Copom indica desaceleração econômica, inflação sob controle e discussão de ajustes na política monetária.

A ata divulgada pelo Banco Central nesta terça-feira (25) revela um cenário de sinais mais claros de moderação na economia brasileira, evidenciando uma postura cautelosa diante das incertezas locais e externas. Apesar das surpresas positivas na inflação de curto prazo, o BC reforça a necessidade de manter uma política monetária contracionista por um período prolongado para controlar a demanda e garantir a convergência da inflação à meta.

Sinais de desaceleração e expectativa de ajuste na política monetária

Segundo o documento, o crescimento econômico tem apresentado sinais de desaceleração, com destaque para o desempenho moderado nos setores não agropecuários. A ata também destaca o mercado de trabalho resiliente, que sustenta o consumo mesmo em um cenário de desaceleração. A instituição menciona ainda que a expectativa de efeitos mais profundos da alta de juros na economia deve se consolidar ao longo do tempo, devido às defasagens do impacto das medidas adotadas.

Inflação sob controle e cenário internacional favorável

O Banco Central comemorou surpresas positivas no curto prazo de inflação, especialmente os comportamentos nos preços de alimentos. Contudo, a instituição aponta que as expectativas para o IPCA em 18 meses ainda não convergiram para a meta, reforçando a necessidade de cautela. Além disso, o cenário internacional melhorou com a reversão das tarifas de importação adotadas pelos Estados Unidos, o que pode beneficiar as perspectivas econômicas futuras.

Discurso sobre a taxa de juros e o ciclo de aperto

Na última semana, o BC elevou a Selic para 15%, o maior patamar desde 2006, justificando que o aumento se deu por uma necessidade de conter pressões inflacionárias decorrentes da demanda aquecida. A ata reforça que a política será mantida por um período prolongado até que a inflação mostre sinais mais claros de desaceleração. Segundo o economista Luis Otávio Leal, da G5 Partners, a expressão reforça a estratégia de vigilância e de possíveis ajustes futuros, caso a inflação não evolua conforme esperado.

Projeções e possibilidades de redução da taxa

Leal avalia que a expectativa é de que os juros possam começar a recuar no início de 2026, talvez com uma redução moderada para 14%. Ainda assim, destaca que a janela de oportunidade para cortes mais expressivos será limitada pelo calendário eleitoral de 2026. Para Sergio Vale, economista da MB Associados, a estratégia de manter uma postura contracionista por um período prolongado não implica manter a taxa em 15% indefinidamente, permitindo uma possível redução ao final deste ano ou no início do próximo.

Impactos fiscais e riscos à estabilidade econômica

O documento também ressalta a importância de reformas fiscais e da disciplina no gasto público para evitar o aumento da taxa de juros neutra, que pode elevar o custo de desinflação. Além disso, a ata aponta que o recuo na concessão de crédito, o aumento do endividamento das famílias e o saldo de pagamentos de crédito reforçam sinais de fraco dinamismo econômico.

Perspectivas futuras

Especialistas concordam que a política monetária deve permanecer firme apesar das boas notícias recentes, como a desaceleração de certos segmentos da economia e a redução na inflação de alimentos. Ainda assim, apontam para uma possível antecipação do ciclo de cortes na taxa de juros, dependendo da evolução dos indicadores econômicos e do cenário externo, especialmente as tensões no Oriente Médio que podem afetar o preço do petróleo.

A expectativa é que o Banco Central continue monitorando atentamente os efeitos de suas ações, ajustando a postura conforme necessário para equilibrar crescimento e controle inflacionário, com vistas à estabilidade econômica de médio prazo.

Para mais detalhes, consulte a matéria completa no Globo.

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