O Banco Central divulgou nesta terça-feira a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa básica de juros de 14,75% para 15% ao ano. A decisão foi tomada na semana passada, marcando a sétima alta consecutiva desde setembro, e reflete o esforço do BC em frear a inflação.
Selic atinge maior nível desde 2006 e sinaliza pausa
Com o aumento para 15%, a Selic alcançou o maior nível desde julho de 2006. Segundo o documento do Copom, o BC sinalizou que a alta de juros pode chegar ao fim em breve. “A pausa será utilizada para avaliar os impactos acumulados do aperto monetário, que ainda não se materializaram totalmente na economia”, afirma o texto do comunicado.
O BC também ressaltou que, durante esse período de estabilidade na taxa, continuará monitorando os efeitos das atuais medidas na inflação, cujo objetivo é alcançar a meta de 3% até 2026. O colegiado esclareceu que não descarta novas altas, caso os impactos atuais não sejam suficientes para retornar à meta inflacionária.
Perspectivas e desafios para a inflação
Atualmente, o Banco Central projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegará a 3,6% ao final de 2026, ainda acima da meta oficial de 3,0%. Em contrapartida, o mercado financeiro, por meio do boletim Focus, estima uma inflação de 4,50%, limite superior da meta.
“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros poderão ser ajustados conforme a trajetória da inflação”, destacou o documento do BC. Segundo o colegiado, a manutenção da Selic nesta altura deve ajudar a consolidar a convergência inflacionária no longo prazo.
Impactos da política monetária e próximos passos
A expectativa é que o BC mantenha a taxa em 15% pelo “período bastante prolongado”, conforme o comunicado, até que os efeitos das altas anteriores estejam plenamente refletidos na economia. A decisão de interromper o ciclo de alta demonstra uma mudança de estratégia, visando equilibrar o combate à inflação com o estímulo à atividade econômica.
Especialistas avaliam que a pausa dá uma margem de manobra para o Banco Central avaliar o cenário econômico antes de possíveis novas ações. “A cautela do BC é uma sinalização de que o ciclo de altas pode estar perto do fim, mas o risco de desancoragem inflacionária permanece”, afirma João Almeida, economista da consultoria XYZ.
Para o mercado financeiro, o foco agora será na evolução dos preços e nos sinais que o BC poderá dar nas próximas reuniões, sobretudo em relação à inflação e à retomada do crescimento econômico.
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