Brasil, 24 de junho de 2025
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Arte que se assemelha a lixo e entulho volta à moda

A arte que se assemelha a coleções de lixo e outros detritos está de volta em alta. Essa tendência, que se intensificou nos últimos tempos, traz à tona exposições de “gather art”, um movimento que promove a criação artística a partir da coleta de objetos descartados. O Museum of Modern Art PS1, em Nova York, é um dos locais onde essa nova estética pode ser apreciada, conforme reportado pela ArtNews.

A estética do “gather art”

O “gather art” é caracterizado pela utilização de materiais encontrados que, de outra forma, seriam descartados. Um exemplo notável dessa abordagem pode ser visto em uma montagem que apresenta uma televisão quebrada equilibrada sobre uma cadeira de rodas suja. Esse tipo de obra instiga reflexões não só sobre o que se considera arte, mas também sobre o nosso consumo e a maneira como lidamos com o lixo. A estética macabra e a proveniência dos materiais utilizados despertam um debate entre os críticos, que veem no fenômeno um possível indicador de recessão.

Um sinal de tempos difíceis?

Alguns críticos argumentam que a prevalência desse tipo de arte pode estar relacionada à melancolia coletiva provocada por crises econômicas. A ideia de que obras feitas de lixo podem indicar um estado de ânimo da sociedade sugere que, em tempos de dificuldades financeiras, as pessoas se voltam para a arte como uma forma de expressar a realidade desesperadora ao seu redor. Entretanto, essa análise pode ser simplista, desconsiderando a profundidade emocional e a intenção criativa por trás dessas obras.

Transformando lixo em arte

Apesar do pessimismo que pode ser associado a essa nova forma de expressão artística, os criadores dessa estética não se veem como meros críticos da sociedade. Eles se apresentem como alquimistas, transformando os restos de um mundo em declínio em algo novo e inspirador. Essa perspectiva benéfica destaca a capacidade de renovação e reinvenção da arte. Dessa forma, mesmo a partir de resíduos e lixo, uma nova narrativa pode surgir, cheia de significado e relevância.

Exposições e a recepção do público

A recepção do público às exposições de “gather art” tem sido surpreendentemente positiva em alguns casos. O público se mostra curioso e engajado com o conceito, o que sugere que a valorização de objetos descartados se conecta com uma crescente preocupação com a sustentabilidade e o impacto ambiental. Ao utilizar materiais que outros considerariam sem valor, os artistas desafiam as noções convencionais de beleza e utilidade, convidando os espetadores a refletir sobre sua relação com o consumo e o descarte.

O futuro da “gather art”

Com a crescente conscientização sobre questões ambientais e a crítica ao consumismo desenfreado, a “gather art” pode ser vista como uma resposta inevitável a estas temáticas. A tendência parece estar apenas começando, com mais artistas se voltando para a utilização de lixo em suas obras e mais exposições sendo organizadas em todo o mundo. À medida que a sociedade lida com seus próprios desafios, a arte continua a ser uma forma poderoso de questionar, refletir e reinventar.

Em suma, a crescente popularidade da arte que envolve lixo e entulho é um reflexo não apenas das circunstâncias econômicas, mas também de uma busca por significado e renovação em um mundo em constante mudança. Se o “gather art” nos ensina algo, é que mesmo a partir dos nossos resíduos podemos formar novas histórias e criar soluções criativas para os desafios atuais.

Leia mais sobre este assunto aqui.

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