No sábado, 21 de junho, um trágico acidente com um balão em Praia Grande, Santa Catarina, deixou 8 mortos e 13 feridos. Elves de Bem Crescêncio, o piloto do balão, compartilhou sua desoladora experiência em testemunho à Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC). O relato destaca momentos críticos que antecederam a queda e o desespero enfrentado pelos passageiros.
Últimos momentos do voo
Em seu depoimento, Elves contou que, após dois minutos de decolagem, sentiu um cheiro de queimado. “Quando olhei para baixo, a capa do tanque de gás já tinha um início de incêndio”, declarou o piloto, visivelmente emocionado. Ele tentou utilizar um extintor presente na cabine, mas, conforme relata, o equipamento não funcionou. “Na hora que eu apertei, ele não saiu”, recordou, enquanto as lágrimas se misturavam ao seu testemunho.
Face à impossibilidade de controlar a situação, Elves orientou os passageiros a pularem do balão, numa tentativa desesperada de salvar suas vidas. “Já não tinha mais comando”, disse ele, revelando a dor da decisão tomada em um momento de tão grande estresse e pânico.
Cenas de medo e desespero
As imagens do acidente, que mostram os passageiros se jogando do balão, causaram comoção em todo o país. O evento chamativo e trágico ressaltou os riscos envolvidos em atividades aéreas recreativas, mesmo em momentos considerados seguros. O vídeo do depoimento de Elves, exibido no programa Fantástico, intensificou a dor da tragédia que atingiu tantas famílias.
Entenda a tragédia do balão em Praia Grande
- Estavam a bordo 21 pessoas, entre passageiros e tripulação, no passeio de balão que terminou em catástrofe. Infelizmente, 8 delas não sobreviveram.
- O incêndio começou muito próximo ao solo, quando a chama de um maçarico usado para inflar o balão se acendeu, levando o piloto a sugerir que as pessoas pulassem.
- Com a saída dos passageiros, o balão ganhou leveza e subiu novamente, resultando em uma queda devastadora e a morte de algumas vítimas, que foram carbonizadas.
- As vítimas fatais foram identificadas: Leandro Luzzi, Leane Elizabeth Herrmann, Leise Herrmann Parizotto, Everaldo da Rocha, Janaina Moreira Soares da Rocha, Fabio Luiz Izycki, Juliane Jacinta Sawicki e Andrei Gabriel de Melo.
- As investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Civil de Santa Catarina, que busca esclarecer as causas exatas do acidente. O governador interino de Santa Catarina, Francisco Oliveira Neto, decretou luto oficial de três dias.
O impacto nas famílias das vítimas
Entre os nomes das vítimas, Leane e Leise eram mãe e filha. Leise, uma profissional de saúde, trabalhava em um posto em Blumenau, cidade que fica a cerca de 403 quilômetros de Praia Grande. A perda gerou tumulto e luto entre os familiares, além de uma dolorosa lembrança do que deveria ser um passeio pleno de alegria.
A empresa responsável pelo balão, Sobrevoar, emitiu uma nota na qual afirmou seguir todas as normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e destacou a ausência de registros de acidentes anteriores. Contudo, a pressão pública cresce, na expectativa de respostas e garantias de que tragédias como esta não se repitam.
A tragédia em Praia Grande expõe não apenas a fragilidade da vida, mas também os riscos associados a atividades aéreas, que, embora prazerosas, requerem cuidados extremos. Esperamos que as investigações levem a um entendimento mais profundo das circunstâncias que resultaram nesse acidente, trazendo alguma forma de consolo às famílias afetadas e restaurando a segurança nas operações de balonismo no Brasil.