A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou uma operação na manhã desta segunda-feira (23) que resultou na prisão de Rafael Souza Luz, conhecido como Pulgão. Ele foi detido por agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), apoiados por outras delegacias especializadas e distritais. Pulgão, que é um ex-policial civil e estava solto sob liberdade condicional, é acusado de chefiar uma milícia e de estar vinculado ao Comando Vermelho, um dos mais poderosos grupos criminosos do estado.
A atuação de Pulgão como líder de milícia
As investigações apontam que Pulgão vinha se destacando como um dos principais líderes do Comando Vermelho em suas tentativas de invadir a comunidade do Catiri, localizada em Bangu. Este local enfrenta uma série de confrontos armados e invasões frequentes, sendo controlado atualmente por milicianos. Pulgão atua junto a traficantes e sua quadrilha, conhecida como Tropa do RD, é composta por matadores e homens de guerra que buscam expandir o domínio do Comando Vermelho na região.
A ação policial para capturar Pulgão mobilizou efetivos de diversas unidades, como a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, e as delegacias distritais 22ª, 34ª e 35ª DP. A união de forças entre as diferentes delegacias é um reflexo da seriedade da ameaça representada por Pulgão e seu grupo.
Histórico criminal e prisões
Pulgão já possui um longo histórico criminal. Ele foi condenado a 15 anos de prisão em 2018 por chefiar uma milícia na Zona Oeste do Rio. Em sua trajetória, ele utilizou seus conhecimentos como ex-policial civil para disputar territórios controlados por outras milícias, incluindo o grupo liderado por Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, que faleceu em 2021. A liberdade condicional que Pulgão obteve em novembro de 2024 foi altamente criticada, dada sua fama de violência e intimidação na região.
Um dos momentos marcantes de sua trajetória criminosa ocorreu quando foi preso em julho de 2018. Na ocasião, ele foi flagrado saindo de uma boate na Barra da Tijuca com comparsas, sendo detido por agentes da Corregedoria da Polícia Civil. Desde então, Pulgão passou por várias instituições prisionais, sendo transferido para a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, e posteriormente para o presídio Bangu 1, um dos mais rigorosos do estado.
Implicações para a segurança pública
A arresto de Pulgão é significativamente importante no contexto da segurança pública do Rio de Janeiro. A presença de milícias e a guerra entre grupos criminosos têm gerado um clima de insegurança e medo entre os moradores das comunidades afetadas. As autoridades estão sob pressão para resolver essa crise e, conforme os relatos de moradores, há uma forte resistência à extorsão e à cobrança de “contribuições mensais” para as milícias.
Reações da comunidade
Os moradores da comunidade do Catiri têm demonstrado preocupação com a escalada da violência e a presença de milícias em suas vidas diárias. A situação torna-se mais complexa quando consideramos a relação entre os criminosos e a população, que frequentemente se vê obrigada a “contribuir” para a segurança fornecida pelas milícias, uma prática que é amplamente denunciada, mas difícil de combater. A detenção de Pulgão pode oferecer uma esperança de mudança e uma oportunidade para que a segurança e a ordem sejam restabelecidas na região.
Expectativa para o futuro
Com a prisão de Pulgão, a expectativa é que as forças de segurança do Rio de Janeiro intensifiquem suas operações com o objetivo de desmantelar redes criminosas ainda mais amplas. No entanto, os desafios são imensos, e muitos especialistas alertam que a solução para a violência no estado deve ir além das operações policiais. É necessário abordar as questões sociais e econômicas que alimentam a criminalidade, oferecendo alternativas viáveis para a comunidade.
A luta contra a criminalidade no Rio de Janeiro continua, e a prisão de figuras-chave como Pulgão representa uma pequena, porém significativa, vitória na busca por um ambiente mais seguro para seus cidadãos.