Em meio ao aumento das tensões entre Irã e Israel, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) solicitou nesta segunda-feira (23/6) que o Brasil amplie sua capacidade de refino de petróleo. A crise no Oriente Médio, agravada pela possível fechamento do Estreito de Ormuz, preocupa o setor pelo impacto na oferta e nos preços internacionais do petróleo.
Indagações sobre segurança e dependência no setor de petróleo
A FUP destacou que, apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores mundiais de petróleo, o país importa cerca de 10% da gasolina e até 25% do diesel consumidos internamente. Segundo a federação, esse cenário revela a necessidade urgente de ampliar a capacidade de refino do Brasil, com investimentos e reativação de refinarias privatizadas que foram desviadas de suas funções essenciais no passado.
“Essa dependência reflete a necessidade urgente de ampliação da capacidade de refino do país, por meio do aumento de investimentos e retomada das refinarias privatizadas no governo passado, que foram desviadas de suas funções essenciais de produzir derivados de petróleo para o abastecimento doméstico”, argumenta a FUP em trecho do texto.
Impacto da crise internacional na economia brasileira
Com a possibilidade do Irã fechar o Estreito de Ormuz, passagem de cerca de 21% do petróleo mundial, os preços do petróleo devem subir, impactando a economia global e particularmente o Brasil. Analistas avaliam que o aumento no custo do barril deve gerar uma inflação de curto prazo, elevando os preços dos combustíveis e aumentando a pressão sobre a inflação doméstica.
Reações internacionais e riscos econômicos
O Parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz como resposta aos ataques dos EUA, e o Conselho Supremo de Segurança Nacional ainda precisa aprovar a medida. Caso concretizado, especialistas como Jackson Campos alertam para efeitos devastadores na economia global, incluindo uma forte alta nos preços de alimentos e combustíveis no Brasil.
“O bloqueio pode provocar um efeito dominó na economia mundial, levando a uma disparada no preço do barril e impacto direto no custo de combustíveis, transporte e produtos finais”, explica Campos.
Perspectivas e ações do governo brasileiro
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, declarou que o governo acompanha de perto os desdobramentos do conflito e considera medidas de mitigação, como a política de preços da Petrobras, como essenciais nesta fase de instabilidade internacional. Além disso, a federação reforça que a ampliação da capacidade de refino é fundamental para garantir a autonomia energética do país frente às crises globais.
A escalada no Oriente Médio reforça a preocupação com a segurança energética brasileira e a necessidade de fortalecer a infraestrutura nacional de refino através de investimentos públicos e privados. A tendência é que os preços do petróleo continuem voláteis até que o conflito seja resolvido ou estabilizado na região.