Nos últimos anos, o uso de e-bikes e e-scooters como alternativas de transporte têm se tornado cada vez mais populares em cidades turísticas. Entretanto, esse aumento de popularidade vem acompanhado de preocupações sérias sobre a segurança, tanto para os usuários dessas modalidades de transporte quanto para os pedestres que circulam nas áreas urbanas. A disparada nos índices de acidentes envolvendo esses veículos levanta um importante debate sobre como lidar com esses novos perigos nas ruas e calçadas das cidades.
Um panorama alarmante de acidentes
Dados recentes mostram que os acidentes com e-bikes e e-scooters estão se tornando mais frequentes. Um estudo da Universidade da Califórnia em San Francisco revelou que as lesões relacionadas a e-bikes dobraram anualmente de 2017 a 2022, enquanto as lesões envolvendo e-scooters aumentaram em 45% em média a cada ano. Situações alarmantes como atropelamentos e quedas estão se tornando comuns, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas por turistas.
Sarah Morris, uma guia turística de Seattle, compartilha sua experiência traumática ao perder o controle de sua e-scooter durante um passeio. “Os guidões voltaram em direção ao meu rosto, me fazendo perder a consciência”, relata. Com a cabeça machucada e necessitando de 60 pontos, ela now adota uma postura de total aversão a esses veículos.
Segurança em discussão
Diante do crescimento dos acidentes, cidades como Nova York, Paris e Madri já implementaram restrições severas ao uso de e-scooters. John Gobbels, COO da Medjet, ressalta que “a popularidade de e-bikes e scooters em destinos turísticos aumenta a necessidade de atenção redobrada”. Para ele, a solução exige ações drásticas para garantir a segurança dos pedestres e turistas.
Os problemas não se limitam apenas aos usuários que ficam feridos. Ele menciona um incidente de uma mulher que ficou gravemente ferida após ser atingida por uma e-scooter. Incidentes de atropelamentos de pedestres estão se tornando mais comuns, resultando em ferimentos graves, como fraturas e concussões.
A responsabilidade das empresas de aluguel
As empresas de aluguel de e-scooters estão cientes dos riscos envolvidos e estão buscando maneiras de melhorar a segurança. Por exemplo, a Lime, um dos principais provedores de aluguel de scooters, afirmou estar desenvolvendo educação para usuários e tecnologia de segurança embarcada. A empresa destaca que, até o momento, 99,99% das viagens não resultam em incidentes reportados, mas isso não minimiza os receios da população.
No entanto, a realidade é que muitos dos problemas de segurança não são reportados, e as percepções de risco entre os turistas continuam a crescer. Jenna Rose Robbins, uma consultora de web de Los Angeles, compartilha que as e-bikes e e-scooters representam uma “nuisance”, destacando que em Miami, a falta de regulamentação gera uma sensação de “desordem” nas ruas.
A necessidade de regulamentação
O consenso entre especialistas é que as e-bikes e e-scooters necessitam de regulamentação mais rigorosa. Há um amplo apoio para que esses veículos sejam proibidos de circular nas calçadas, dado o perigo que representam para os pedestres. “Embora sejam uma forma prática de locomoção, o uso irresponsável e a falta de infraestrutura dedicada contribuem para a alta taxa de acidentes,” enfatiza um especialista em trânsito.
Nas ruas, os desafios se intensificam. Os ciclistas muitas vezes se sentem inseguros ao lado de veículos motorizados, enquanto os pedestres sofrem com a falta de espaços adequados para se locomover. Os e-bikes, por serem mais pesados e rápidos, apresentam riscos adicionais, fazendo com que muitos turistas se sintam inseguros.
Como garantir a segurança nas ruas
A segurança em meio a este cenário exige não apenas responsabilidade individual, mas uma ação coletiva das cidades e das empresas envolvidas. Os turistas precisam estar cientes do ambiente ao seu redor e permanecer alertas ao atravessar as ruas e calçadas. Medidas preventivas, como o uso de capacetes e a adoção de práticas cautelosas ao utilizar esses veículos, são essenciais.
A discussão sobre e-bikes e e-scooters não é apenas sobre conveniência, mas sobre segurança e a experiência dos visitantes. Para garantir que o turismo permaneça seguro e agradável, é fundamental implementar e seguir diretrizes que protejam todos, tanto usuários quanto pedestres.
