Brasil, 23 de junho de 2025
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Homem sofre explosão durante ‘guerra de espadas’ na Bahia

Um jovem ficou ferido após explosão de artefato em Cruz das Almas, levando a amputação do polegar.

No último domingo (22), um jovem de 21 anos identificado como Taylon Sousa passou por um grave acidente durante uma prática conhecida como “guerra de espadas” em Cruz das Almas, no recôncavo baiano. O incidente ocorreu quando um artefato explosivo que ele manuseava na mão explodiu, resultando na amputação de seu polegar direito. A notícia foi confirmada pela Secretaria de Saúde local na segunda-feira (23).

Detalhes do incidente

O momento da explosão foi registrado em um vídeo que circularam nas redes sociais, mostrando Taylon com a “espada” em mãos antes da explosão. As cenas são impactantes, já que o jovem é visto correndo desesperadamente após o acidente. Rapidamente, ele recebeu socorro de pessoas que estavam nas proximidades e foi encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Devido à gravidade de seu ferimento, teve que ser transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE).

Após receber atendimento médico, Taylon compartilhou um vídeo para tranquilizar amigos e familiares, no qual aparece com a mão enfaixada, informando que está se recuperando. “Galera, como todos sabem, teve esse acontecido comigo, mas graças a Deus eu estou bem”, disse ele.

A tradição da ‘guerra de espadas’

A “guerra de espadas” é uma tradição popular na Bahia, especialmente durante as festas juninas. Durante esse período, as ruas se transformam em verdadeiros campos de batalha, com jovens e adultos utilizando artefatos explosivos para simular confrontos. Esses “espadas” são versões mais potentes dos tradicionais buscapés e são elaboradas com materiais como bambu, pólvora e limalha de ferro.

No entanto, essa prática é altamente perigosa e, desde 2017, a fabricação, posse e detenção dos artefatos foram proibidos por lei, com penas que podem chegar a seis anos de prisão. Apesar das restrições, muitos moradores da Bahia defendem a continuidade dessa tradição, levantando um debate sobre os costumes culturais e a segurança pública.

Riscos e consequências da ‘guerra de espadas’

O Corpo de Bombeiros tem alertado para os riscos associados à produção artesanal dessas ‘espadas’, que geralmente é realizada em condições precárias e improvisadas, em barracões ou depósitos. A combinação de pólvora e outros materiais explosivos gera um potencial alto de acidentes, como o que ocorreu com Taylon.

Desde 2003, com a promulgação do Estatuto do Desarmamento, houve um foco maior na proibição dessas práticas. O Ministério Público tem acompanhado a situação, com recomendações para evitar que eventos relacionados à ‘guerra de espadas’ sejam promovidos ou apoiados por órgãos governamentais. Desde 2015, diversas ações foram implementadas para restringir essa atividade, culminando em proibições definitivas em 2017 pelo Tribunal de Justiça da Bahia.

Cronologia das proibições

Entenda como a “guerra de espadas” sofreu restrições ao longo dos anos:

  • 2003: O Estatuto do Desarmamento é instituído, começando a proibição com base em legislações que tratam da posse de armas de fogo.
  • 2015: O Ministério Público inicia recomendações sobre restrições relacionadas às espadas.
  • 2017: O Tribunal de Justiça da Bahia determina a proibição da tradicional “guerra de espadas”.
  • 2018: O Ministério Público recomenda a não promoção desta prática em municípios da Bahia.

Além dos riscos de acidentes físicos, a discussão em torno da ‘guerra de espadas’ também levanta questões sobre cultura, segurança e responsabilidade social. Enquanto algumas pessoas veem essa tradição como uma parte importante da identidade baiana, outros argumentam que os perigos envolvidos não justificam a manutenção dessa atividade.

O incidente que afetou Taylon Sousa é um triste lembrete dos perigos que ainda existem nessa prática e a necessidade de uma discussão mais ampla sobre segurança e tradições culturais na Bahia. A comunidade e as autoridades devem encontrar um equilíbrio entre manter as tradições e garantir a segurança de todos os envolvidos.

Para mais informações, acesse o artigo completo no portal g1 Bahia.

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