Brasil, 23 de junho de 2025
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Esperança segundo João Paulo I: uma mensagem atemporal

A importância da esperança na catequese de João Paulo I é tema de reflexão profunda pelo Pe. Gerson Schmidt.

Na história da Igreja Católica, poucos papas conseguiram deixar uma marca tão forte em tão pouco tempo quanto João Paulo I. Apesar de seu breve pontificado, que durou apenas 33 dias em 1978, ele deixou legados significativos, especialmente no que diz respeito à esperança cristã. O padre Gerson Schmidt revive essa reflexão em sua série de catequeses, destacando a importância dessa virtude para a vida dos cristãos.

A esperança como virtude essencial

De acordo com João Paulo I, a esperança é uma das “sete lâmpadas da santificação”, uma virtude fundamental que deve ser cultivada por todos os cristãos. Em suas catequeses, ele se baseou em Dante Alighieri, que, em sua obra “Paraíso”, coloca a esperança como uma resposta crucial ao questionamento sobre a fé e a caridade. Para o Papa, a esperança é o motor que impulsiona a fé e as boas obras.

“Tens esperança?”, pergunta São Tiago a Dante, reconhecendo que essa virtude é inseparável da vida cristã. Através dessa lente, o Papa revela como a esperança não é apenas um sentimento de expectativa, mas uma atitude ativa e comprometida com a transformação do mundo.

O papel da Igreja na promoção da esperança

João Paulo I também discorreu sobre o papel da Igreja em relação às questões sociais, enfatizando que “o cargo principal de divinizar não exime a Igreja do cargo de humanizar”. Essa afirmação sublinha a responsabilidade da Igreja em abordar problemas como a liberdade, a justiça e a paz. Ele destacou que o Magistério da Igreja deve dedicar-se intensamente à promoção dessas questões, pois a esperança se materializa onde há justiça e compaixão.

Na audiência geral de 20 de setembro de 1978, o Papa fez referência ao Concílio Vaticano II, ao qual ele havia participado com entusiasmo, especialmente no que diz respeito à “Gaudium et Spes”, a constituição pastoral que aborda a missão da Igreja no mundo contemporâneo. Essa ligação entre fé e ação social é um convite à reflexão e ao compromisso por parte dos leigos católicos.

Uma visão cristã da esperança

Para o Papa João Paulo I, a esperança cristã vai além de um desejo de um futuro melhor; ela implica um compromisso firme com o presente. Ele desafia os ouvintes a verem a esperança não como um mero otimismo, mas como uma força capaz de moldar realidades. “Estamos vivendo o rico tempo Pascal. É do mistério pascal que emerge e aflora o sentido supremo da esperança cristã”, afirmou ele, revelando que essa esperança é um dom divino que deve ser vivido no cotidiano, permitindo que todos os cristãos se tornem agentes de transformação na sociedade.

A visão de João Paulo I incentiva um diálogo constante entre a fé e a vida prática, com um apelo inabalável à ação em favor dos empobrecidos e marginalizados. Ele alerta, porém, que a libertação política, econômica e social não é sinônimo de salvação, afirmando que a verdadeira esperança é aquela que se alicerça na fé em Jesus Cristo.

Reflexões finais: O legado de João Paulo I

Concluindo sua reflexão, o Papa enfatiza que a esperança deve ser um projeto diário, que se traduz em amor e solidariedade. Ele cita ainda a famosa conversa entre Agostinho e Mônica sobre a vida eterna, sugerindo que a esperança não deve se limitar ao futuro, mas deve iluminar o presente. Essa perspectiva é um aspecto primordial da mensagem cristã, que também é abordada por diversos líderes e pensadores da Igreja.

Assim, as palavras de João Paulo I ressoam até hoje, convidando cada cristão a ser um “peregrino de esperança”, engajado na luta por um mundo mais justo e humano. Sua mensagem é um apelo atemporal, que nos lembra que a esperança é uma resposta ativa aos desafios que enfrentamos na vida cotidiana.

Padre Gerson Schmidt, com sua experiência em Ensino e Comunicação, nos ajuda a redescobrir a relevância das mensagens de exaltação da esperança deixadas por João Paulo I, que permanecem tão ativas e necessárias em nossos dias.

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