No último domingo (22), a dor da incerteza se transformou em um luto profundo para a família de Edson Vandeira, fotógrafo brasileiro que estava desaparecido desde 1º de junho durante uma expedição de escalada no Nevado Artesonraju, na Cordilheira dos Andes, no Peru. O corpo de Edson foi encontrado juntamente com os de dois montanhistas peruanos, marcando o fim de um período angustiante para seus entes queridos.
A busca e o resgate
Edson partiu em uma escalada ao lado dos peruanos Pretel Alonzo Homer Efraín e Picón Huerta Jesús Manuel. A busca pela equipe, que se aventurava em um dos locais mais icônicos do Peru, foi suspensa em 11 de junho devido a condições climáticas adversas. A confirmação da localização dos corpos, realizada pela Associação de Guias de Montanha do Peru (AGMP), trouxe à tona não apenas a tristeza pela perda, mas também a realização de que Edson estava fazendo aquilo que mais amava: escalar montanhas.
Despedida de quem se foi
A irmã de Edson, Jackeline Vandeira, compartilhou em entrevista que a lembrança de seu irmão sempre será associada às montanhas, que eram seu verdadeiro lar. “O Edson sempre pertenceu à montanha, e isso nos conforta”, destacou, emocionada. A família agora se prepara para realizá-lo um sepultamento que honre a paixão dele, com a expectativa de que Edson descanse próximo aos picos que tanto amava.
Embora a decisão final a respeito do funeral não tenha sido tomada, Jackeline expressou o desejo de que Edson fosse sepultado em Huaraz ou outra cidade próxima, para que possa estar sempre perto das montanhas. “Nós já estávamos lidando com o luto após a paralisação das buscas. Já tínhamos entendido que as possibilidades de encontrá-los com vida eram muito remotas”, afirmou.
Quem era Edson Vandeira?
Edson Vandeira era um fotógrafo renomado, conhecido por seu trabalho em projetos audiovisuais com a National Geographic e o History Channel. Desde os 19 anos, ele buscava retratar a beleza da natureza e a emoção das aventuras, sendo apaixonado pelas montanhas. Suas primeiras experiências em montanhismo começaram em 2008, e ao longo dos anos, Edson se tornou um nome respeitado entre os entusiastas da fotografia de aventura.
Seu reconhecimento internacional se deu em 2021, quando foi finalista no Wildlife Photographer of the Year (WPY) na categoria fotojornalismo, com uma impressionante cobertura sobre incêndios no Pantanal brasileiro. Em 2022, ele participou da série Andes Extremo, do History Channel, como cinegrafista, mostrando sua habilidade única e sua paixão pela captura de momentos inexplorados e emocionantes da natureza.
Recentemente, Edson havia se formado como guia, conforme o Centro de Estudos de Alta Montanha (CEAM). A escola ressaltou que os três montanhistas estavam realizando a expedição de forma independente, valorizando a liberdade e o amadorismo que muitas vezes caracterizam os amantes da escalada.
O impacto da tragédia
Essa tragédia não afeta apenas a família de Edson, mas também as comunidades de montanhistas e fotógrafos que se inspiram em suas paixões. A comunidade escoteira é unida pela consideração às dificuldades e aos perigos das montanhas, e a perda de um grande entusiasta e profissional como Edson é um lembrete da fragilidade da vida, mesmo em busca de nossas maiores paixões.
As autoridades peruanas anunciaram que a operação de resgate, que conta com o suporte de um helicóptero do Ministério da Defesa do Peru, deve ser realizada nos próximos dias para retirar os corpos dos montanhistas do local onde foram encontrados. A dor da perda se junta à celebração da vida de Edson, que, mesmo em sua partida, continuará a inspirar aqueles que seguem a paixão pelas montanhas.
