Recentes eventos militares evidenciam a escalada de tensões no Oriente Médio, especialmente com o ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos a importantes instalações nucleares iranianas, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan. O arsenal utilizado nesse ataque foi notável, empregando algumas das mais sofisticadas tecnologias disponíveis, como o bombardeiro stealth mais caro da história e a bomba anti-bunker mais poderosa não nuclear.
O ataque aéreo e as aeronaves envolvidas
Seis bombardeiros stealth B-2 Spirit realizaram uma impressionante missão de 37 horas a partir do Missouri, onde foram lançados para entregar seu carregamento. Cada B-2, que representa um investimento de aproximadamente US$ 2,1 bilhões, tem a capacidade de carregar até 18 toneladas de munições e pode voar sem reabastecimento por até 11 mil quilômetros – distância correspondente à sua missão mais recente.
Projetados para penetrar profundamente em território inimigo sem serem detectados pelos radares, os B-2 já participaram de operações em vários conflitos, como no Iraque e na Líbia. O principal armamento utilizado contra o site fortificado de Fordow foi a GBU-57A/B Massive Ordnance Penetrator (MOP), uma bomba de 13,6 toneladas desenvolvida especificamente pelo Pentágono americano para destruir instalações como a de Fordow.
Características da bomba MOP
A GBU-57A/B contém cerca de 2,4 toneladas de explosivos, mas seu peso considerável se deve principalmente ao seu revestimento reforçado, que permite a penetração em rochas, terra e concreto armado. A bomba foi projetada para destruir infraestrutura subterrânea e, além de sua força, apresenta uma precisão notável em sua trajetória de ataque.
Pesando mais que a conhecida bomba MOAB (“Mother of All Bombs”) utilizada em operações no Afeganistão, a MOP havia sido mantida em estoque até esta operação. A estimativa é que 12 MOPs tenham sido lançadas sobre Fordow e duas adicionais em Natanz, consumindo cerca de 70% do estoque limitado dos EUA, que conta com cerca de 20 dessas bombas potentes.
Os impactos dos ataques
A GBU-57A/B pode penetrar em atmosferas de até 60 metros, mas a profundidade das instalações de Fordow, estimada em até 90 metros, levanta questões sobre a eficácia total do ataque. Estratégias que incluem múltiplos ataques sobre um mesmo ponto podem se mostrar necessárias para garantir a destruição completa das instalações.
Além das operações aéreas, submarinos da Marinha dos EUA dispararam aproximadamente 30 mísseis de cruzeiro Tomahawk a partir de uma distância de cerca de 450 quilômetros, visando as instalações de Natanz e Isfahan. Estas estruturas, que já haviam sofrido danos em ataques anteriores, permaneciam intactas em termos de capacidade operativa.
O papel dos mísseis Tomahawk
Os mísseis Tomahawk, que podem ser lançados tanto de navios quanto de submarinos, têm um alcance impressionante de 2.500 quilômetros e são conhecidos por sua capacidade de redirecionamento em voo. Esses mísseis ganharam fama durante a primeira Guerra do Golfo, com centenas sendo lançados contra o regime de Saddam Hussein em 1991.
Diferente dos B-2 e das MOPs, que nunca foram vendidos a países estrangeiros, os Tomahawks foram exportados para países como Reino Unido, Austrália e Países Baixos. Vale ressaltar que pedidos anteriores de Israel para adquirir esses mísseis foram negados.
Embora a natureza exata das submarinos envolvidos na operação, provavelmente incluindo o USS Georgia, que pode transportar até 154 Tomahawks, não tenha sido oficialmente divulgada, é claro que as capacidades militares dos EUA na região são substanciais.
Este ataque não apenas destaca as capacidades militares dos Estados Unidos, como também eleva as preocupações sobre a segurança e a estabilidade no Oriente Médio, onde as tensões entre nações continuam a aumentar.