Brasil, 22 de junho de 2025
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Protestos na Europa contra o excesso de turismo e seus efeitos devastadores

Moradores e trabalhadores das cidades europeias protestam contra o impacto do overtourism, que ameaça a essência e a sustentabilidade local.

No mês de junho de 2025, milhares de habitantes de cidades no sul da Europa saíram às ruas para protestar contra o excesso de turistas que invade suas cidades durante as temporadas de pico. Os atos de mobilização acontecem na Espanha, Portugal e Itália, refletindo a frustração de quem vê seu lar se transformar em um destino de parque temático, onde os moradores tradicionais desaparecem.

O impacto social e econômico do overtourism

Em Barcelona, por exemplo, moradores relataram expulsões de suas próprias casas, como uma idosa de 80 anos que foi despejada de seu apartamento em um bairro descolado, após o aluguel aumentar 70%. Segundo uma entrevista à BBC, ela acredita que foi feita para ceder espaço a turistas. Além disso, a cidade de 1,6 milhão de habitantes atraiu cerca de 26 milhões de turistas em 2024, o que coloca uma pressão imensa na infraestrutura local.

Um usuário no Reddit destacou o dilema do turismo: “É uma bênção e uma maldição para a Espanha. Enquanto traz renda e empregos, também sufoca outros setores econômicos e prejudica a qualidade de vida dos habitantes”. Segundo ele, a forte dependência do turismo dificulta uma transição para uma economia mais diversificada e industrial.

Sinais de fadiga, como o fechamento do Louvre

Além das manifestações de rua, a crise do overtourism também se manifesta em ações concretas, como a greve dos funcionários do museu Louvre, em Paris, que resultou no fechamento inesperado das portas na última segunda-feira. O museu, que recebeu 8,7 milhões de visitantes em 2024, enfrenta dificuldades para administrar a quantidade de turistas, que provoca condições insalubres e desgaste na infraestrutura.

Os funcionários alegam que trabalhar sob esse volume de visitantes se tornou um “sofrimento físico”, com poucas pausas, áreas de descanso e aumento do calor interno, que agrava a experiência de trabalho e a visita dos turistas.

Regulação e tentativa de soluções sustentáveis

Em maio de 2025, o governo espanhol anunciou a remoção de cerca de 66 mil anúncios de aluguel por temporada no Airbnb por violarem as normas de turismo, uma resposta às crescentes críticas pelo impacto nocivo do excesso de hospedagens temporárias na crise habitacional. Segundo especialistas, a questão não é banir o turismo, mas regulamentar e promover um crescimento mais sustentável.

Protestos e medidas governamentais evidenciam a necessidade de um equilíbrio entre receber turistas e preservar a identidade, a moradia e a qualidade de vida local. Como destacou um ativista, “não queremos que as cidades se tornem parques temáticos, mas lugares onde moradores possam viver com dignidade”.

Perspectivas futuras

Enquanto o debate sobre o overtourism continua, a recomendação para turistas é repensar suas viagens. Para quem deseja visitar Barcelona, por exemplo, uma alternativa é explorar virtualmente a cidade pelo Google Earth, evitando o impacto negativo e contribuindo para uma ocupação mais consciente.

As experiências de moradores revelam que o problema do excesso de turistas vai além de sujeira e bagunça: trata-se de uma questão de sustentabilidade e respeito às comunidades locais, que precisam de soluções que não comprometam seu modo de vida.

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