Em meio à crescente tensão internacional provocada pelos bombardeios dos Estados Unidos em instalações nucleares no Irã, o Papa Leo XIV pediu neste domingo (22), em uma oração no Vaticano, que a comunidade global pare a tragédia de guerra antes que ela se torne uma ferida irreparável.
Papa condena a violência e clama por diplomacia
Ao realizar sua tradicional reflexão do Angelus na Praça de São Pedro, o pontífice destacou a importância de buscar a paz em um cenário de conflito regional. “Hoje, mais do que nunca, a humanidade clama por paz,” afirmou, ressaltando que “o grito deve prevalecer sobre o ruído das armas”.
Após o anúncio do presidente Donald Trump de que os EUA destruíram importantes instalações nucleares iranianas com bombas de destruição em profundidade, o Irã respondeu com uma série de ataques de mísseis a Israel, provocando vítimas civis em Tel Aviv, conforme informações da Reuters. Leo XIV afirmou que o conflito entra na esfera de disputas regionais mais amplas, onde “o sofrimento do povo, especialmente em Gaza e outras áreas, corre o risco de ser esquecido, mesmo com a urgência humanitária cada vez maior”.
A mensagem do Papa sobre a dignidade humana e as consequências da guerra
Falando aos fiéis reunidos na Praça apenas alguns minutos antes de celebrar uma missa, o papa enfatizou que “não há conflitos distantes quando a dignidade humana está em jogo”. “A guerra não resolve problemas, ao contrário, agrava-os e causa feridas profundas na história das nações, que levam gerações para cicatrizar”, acrescentou.
Ele reforçou ainda que “nenhuma vitória armada pode substituir o luto de uma mãe, o medo de uma criança ou um futuro roubado” e renovou seu apelo por uma saída diplomática ao dizer: “Que a diplomacia silencie as armas; que as nações construam seu futuro por meio de ações de paz, e não de violência e conflito sangrento”.
Celebrando a fé em tempos difíceis
No momento de sua catequese antes do Angelus, o Papa Leo XIV refletiu sobre o significado profundo da Eucaristia e a importância do compartilhar. Inspirado pelo Evangelho do dia, que narra o milagre dos pães e peixes (Lucas 9:11-17), destacou que “os dons de Deus, mesmo os menores, crescem quando são compartilhados”.
Ele lembrou que a maior expressão de compartilhamento é “o próprio Deus que se doa por completo”, que ao assumir uma carne frágil, limitada e mortal, “compartilhou nossa pobreza ao máximo, para nos salvar”.
O papa ressaltou que a generosidade de Deus se manifesta na Eucaristia, onde “o pão e o vinho são transformados no Corpo e Sangue de Cristo, a oferta de amor pelo bem de todos”. “Deus se une a nós com alegria ao aceitar o que lhe oferecemos, e nos convida a nos unir a Ele ao receber e repartir seu amor”, concluiu.

Perspectivas para o futuro e a esperança de ausência de violência
Leo XIV destacou a importância de fortalecer os esforços diplomáticos e evitar que os conflitos atuais alimentem uma crise mais ampla. “O que acontece hoje influencia o futuro de milhões, e é nossa responsabilidade buscar caminhos de diálogo e reconciliação,” afirmou.
Ele finalizou reafirmando seu compromisso com a paz e incentivando líderes a agir com sabedoria, lembrando que “a história mostra que a esperança nasce do diálogo sincero e do desejo de soluções pacíficas”.