Imagens de satélite capturadas antes dos ataques dos Estados Unidos em três importantes sites nucleares iranianos revelaram uma movimentação “incomum” nas proximidades da entrada da instalação de enriquecimento Fordow, localizada a cerca de 60 milhas ao sul de Teerã. Essa instalação subterrânea, apresentada como um dos pilares do programa nuclear iraniano, despertou a atenção de especialistas e autoridades mundiais após as recentes tensões na região.
Por que isso é importante
No último sábado, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ataques direcionados à instalação de Fordow, assim como a Natanz e Isfahan, ambos no centro do Irã. Teerã havia advertido que uma intervenção direta de Washington no conflito do Oriente Médio causaria “danos irreparáveis.” O governo iraniano insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos, mas observadores internacionais acreditam que o país enriqueceu urânio a níveis muito acima do necessário para uso não nuclear. Israel, os EUA e outros aliados americanos têm afirmado que não tolerarão que Teerã adquira armas nucleares.

Imagem satélite ©2025 Maxar Technologies
O que você precisa saber
No dia da coleta das imagens, um total de 16 caminhões de carga foi avistado na estrada de acesso à entrada do túnel de Fordow, mas a maioria se deslocou para uma área a 1 quilômetro ao noroeste no dia seguinte. Novos caminhões e várias escavadeiras foram registrados nas proximidades da entrada principal. Embora a importância dessa atividade ainda não tenha sido clarificada, a mídia estatal iraniana informou que os principais locais nucleares haviam sido evacuados antes dos ataques dos EUA, com urânio enriquecido transferido para um “local seguro.”
O Irã estava produzindo quantidades significativas de urânio altamente enriquecido em Fordow, mas não está claro quanto material ainda estava presente no local nos últimos dias, de acordo com William Alberque, especialista da Pacific Forum e ex-diretor do Centro de Controle de Armas da OTAN.
No entanto, Trump se declarou otimista após os ataques, referindo-se aos “atritos de precisão massiva” como um “sucesso militar espetacular”, afirmando que as principais instalações de enriquecimento nuclear do Irã estão “completamente obliteradas.” Experts em armamento afirmam que seriam necessárias várias bombas GBU-57/B, com cerca de 13.600 kg cada, para destruir efetivamente Fordow, localizada sob uma montanha. Fontes do Pentágono confirmaram que B-2s participaram da operação e que os míssiles de cruzeiro Tomahawk foram usados em Natanz e Isfahan.

Imagem satélite ©2025 Maxar Technologies
A totalidade da carga de explosivos foi lançada no local primário, Fordow, conforme Trump declarou em uma publicação nas redes sociais. O apresentador da Fox News, Sean Hannity, relatou que seis bombas GBU-57B foram utilizadas, com base em uma conversa sobre os ataques com o presidente.
Matthew Savill, diretor das ciências militares da Royal United Services Institute, destacou que a natureza da instalação subterrânea torna a avaliação imediata do sucesso da operação difícil. O presidente israelense, Isaac Herzog, também comentou que o programa nuclear do Irã foi “substantivamente atingido”, mas sem fornecer detalhes sobre os danos.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que não detectou aumento de radiação após os ataques, enquanto um legislador iraniano, Manan Raeisi, declarou que “a infraestrutura crítica continua intacta” em Fordow, chamando de risível os comentários de Trump sobre a destruição das instalações.
O que as pessoas estão dizendo
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, considerou os eventos como “ultrajantes e com consequências duradouras.” O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, expressou grave preocupação com o uso da força pelos EUA, avisando sobre a escalada de tensões em uma região já volátil.
Próximos passos
Trump anunciou que qualquer retaliação iraniana contra os EUA levará a novos ataques que serão “MAIS INTENSOS QUE OS VIVIDOS NESTA NOITE.” As consequências dos recentes bombardeios permanecem sob intenso escrutínio, enquanto a situação no Oriente Médio continua tensa e incerta.