No último domingo, a Maratona do Rio 2025 tomou as ruas da cidade e proporcionou momentos de alta emoção e superação, tanto para corredores quanto para o público presente. Entre os numerosos espectadores, Daniele Fiuza, moradora do Leblon, aguardava ansiosamente a passagem de sua amiga, Debora Biolchini, que enfrentava os 42 km pela primeira vez. Sentada em uma cadeira de praia na altura do posto 12, Daniele estava atenta ao desempenho de Debora através de um aplicativo, ansiosa pelo momento em que ela alcançaria o quilômetro 30 – um ponto crucial em toda maratona.
O apoio essencial na reta final
Daniele, que já teve o sonho de correr uma maratona mas, devido a uma lesão, não pôde participar nesta edição, destacou a importância do apoio psicológico que os corredores recebem ao longo do percurso. “Esta é a parte mais difícil para o corredor, a reta final da maratona. Ter alguém nos esperando dá uma força no psicológico. Fica na cabeça que ela vai chegar aqui e que eu estarei esperando para incentivá-la e lhe dar uma coca-cola”, disse Daniele, emocionada.
A presença de torcedores em pontos estratégicos como o quilômetro 30 diminui a tensão e oferece energia extra para os corredores, que frequentemente enfrentam o que é popularmente chamado de “muro dos 30”. Neste ponto, muitos atletas relatam um declínio significativo no desempenho devido ao esgotamento físico e mental. Por essa razão, a animação e o suporte se tornam fundamentais.
A celebração do esforço coletivo
Além de Daniele e suas motivações, Debora recebeu apoio em outros dois locais: em Copacabana e no Aterro do Flamengo, onde sua filha a aguardava ansiosamente. “O quilômetro 30 é conhecido como um momento crítico. A energia que vem do público faz toda a diferença e, mesmo cansados, os corredores acabam sorrindo com a festa da torcida”, ressaltou Ana Laura dos Santos, que estava entre os amigos e familiares que se mobilizaram para dar suporte aos corredores.
A Maratona do Rio, o maior festival de corridas de rua da América Latina, envolveu 60 mil corredores e atraiu um público vibrante em diversos pontos do percurso. O Aterro do Flamengo foi um dos locais com maior presença de espectadores, evidenciando o espírito comunitário que permeia esses eventos esportivos.
A energia contagiante dos torcedores
Letícia Santos, treinadora da assessoria MP Run, estava entre os torcedores que prepararam uma festa no quilômetro 30, retribuindo o apoio que seus alunos receberam em provas anteriores. Com um megafone na mão e cartazes incentivadores, ela e seus colegas promoveram uma verdadeira celebração ao longo do percurso. “Estamos aqui para incentivar todos os corredores. Completar uma maratona é um sonho, e a energia trocada é indescritível”, declarou Letícia, que também distribuiu guloseimas para ajudar os corredores a repor suas energias.
Resultados impressionantes na elite
Enquanto o apoio vibrante acontecia no percurso, no pódio da elite, a competição foi acirrada. Entre os homens, o queniano Joshua Kogo conquistou o primeiro lugar com um tempo de 2h14min18, seguido por seu compatriota Josphat Kiprotich. Justino Pedro da Silva, campeão das edições de 2021 e 2022, garantiu o terceiro lugar, se destacando como o melhor brasileiro da prova. No lado feminino, a etíope Zinash Debebe Getachew ficou com o primeiro lugar, seguida pela brasileira Amanda Aparecida de Oliveira.
Justino, que havia enfrentado dificuldades no ano anterior, comemorou seu retorno triunfante ao pódio desta vez. “Estou muito feliz com o pódio. Para este ano, eu vim mais bem preparado. Meu foco era ganhar ou estar entre os cinco”, compartilhou.
Com um evento como a Maratona do Rio, fica evidente que mais do que uma corrida, é uma celebração da resiliência humana, onde cada sorriso e cada grito de incentivo conta uma história de superação e apoio coletivo, mostrando que mesmo nas dificuldades, a solidariedade e a esperança são fundamentais.
