Os investidores estão considerando um cenário de maior instabilidade após o ataque dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã, o que pode impactar o mercado global. As previsões apontam para uma possível queda nas ações, uma valorização do dólar e um aumento nos preços do petróleo bruto.
Riscos ao transporte de petróleo e possíveis consequências
O parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz em resposta às ações dos EUA, uma medida que pode interromper o transporte de petróleo e gás na região. Essa possibilidade elevou o alerta no mercado mundial, em especial na cadeia de abastecimento global de energia.
Segundo trabalhos do O Globo, um bloqueio ao Estreito de Ormuz poderia gerar caos no comércio global de petróleo, elevando os preços e aumentando a volatilidade do mercado.
Reação dos mercados e tendências atuais
Apesar da tensão, a reação inicial foi de fuga para segurança, com as ações apresentando recuo e os títulos se valorizando. Neil Birrell, diretor de investimentos da Premier Miton Investors, destacou que os mercados de ações enfrentam maior risco, mas a economia global ainda mostra sinais de resiliência.
Desde o ataque ao Irã em 13 de junho, o índice MSCI All Country World caiu cerca de 1,5%, enquanto os investidores têm reduzido posições em ações e aumentado a demanda por hedge, influenciando na menor sobrecompra e menor risco de uma forte liquidação.
Petróleo e dólar em alta diante da escalada do conflito
O mercado de petróleo foi a principal reação do dia, com os futuros do Brent subindo 11%, atingindo US$ 77 o barril. Analistas do Morgan Stanley avaliam que uma resolução rápida poderia fazer os preços recuarem para cerca de US$ 60, mas a expectativa é de que a tensão continue elevando os preços.
O dólar também registrou alta de cerca de 0,9%, refletindo o papel tradicional da moeda americana como refúgio seguro. A moeda vem sendo influenciada pelas políticas dos EUA, sobretudo as ações de Donald Trump nos últimos meses.
Perspectivas para o futuro e cautela do mercado
Embora o mercado esteja mais cauteloso, a maioria dos participantes mantém uma postura de preparo para o agravamento do conflito, especialmente em relação ao bloqueio do Estreito de Ormuz. A volatilidade deve permanecer enquanto os desdobramentos do conflito ainda são incertos.
Por ora, o mercado aguarda os próximos movimentos do Irã e possíveis retaliações, que podem ampliar o impacto no petróleo e no mercado financeiro global, dependendo da evolução das tensões regionais.
Fonte: O Globo