Em um momento de turbulência para a CNN, duas executivas seniores estão deixando a emissora, que enfrenta desafios significativos de audiência e uma reestruturação interna. Laura Bernardini, vice-presidente de notícias nacionais, e Jacque Smith, vice-presidente de vídeo digital, estão saindo, de acordo com informações da newsletter Status, de Oliver Darcy.
Saídas que refletem a instabilidade da CNN
A saída de Bernardini, que passou 28 anos na CNN, e Smith, que dedicou 17 anos à equipe, simboliza um dos muitos desafios que a emissora enfrenta atualmente. A rede de notícias, conhecida por sua cobertura exemplar e histórias impactantes, se vê em um cenário de crise de audiência, lutando para se destacar em um mercado saturado dominado por concorrentes como MSNBC e Fox News.
Além das saídas, um relatório recente indicou que a CNN planeja endurecer suas políticas de despesas a partir de 1º de julho. Os funcionários serão obrigados a apresentar recibos para viagens e reuniões relacionadas à fonte, o que pode aumentar ainda mais a insatisfação dentro da empresa.
Clima de incerteza entre os funcionários
As movimentações na CNN ocorrem em um contexto de crescente ansiedade entre os trabalhadores, que se preparam para mais mudanças enquanto a emissora é retirada da Warner Bros. Discovery e agrupada com outras redes de TV tradicionais. Gunnar Wiedenfels, o CFO da WBD, conhecido por suas práticas rigorosas de contenção de custos, assumirá a nova empresa, chamada Global Networks.
A incerteza se intensifica à medida que funcionários relatam nervosismo sobre o futuro da CNN. “Todos estão cautelosos e cansados, e há tantas mudanças que não entendemos qual a direção que a empresa está tomando”, disse um funcionário. Outro acrescentou: “Existem pessoas que acreditam que a CNN não vai existir em algum ponto. Difícil de acreditar que isso possa acontecer, mas há quem pense assim.”
Futuro incerto e novas direções para a CNN
Mark Thompson, o atual chefe da CNN, tem tentado elevar a moral da equipe, afirmando que a emissora pode moldar seu próprio destino. Em um memorando, ele declarou: “Se reinventarmos a CNN para enfrentar os desafios do futuro, teremos sucesso em todos os cenários. Se não o fizermos, sofreremos o mesmo destino de qualquer empresa antiga que não consiga responder a um mundo em mudança.”
CNN já teve sua estrutura de gestão modificada várias vezes nos últimos anos, com a antiga administração de Jeff Zucker lançando o serviço de streaming CNN+, que foi abruptamente cancelado semanas após seu lançamento. O novo formato de streaming da CNN está programado para ser lançado neste outono, com um investimento de US$ 100 milhões enquanto a WBD recontrata alguns dos executivos da CNN+ que haviam sido demitidos.
Perspectivas para Global Networks
A WBD está criando a Global Networks, que incluirá, além da CNN, canais como TBS, HGTV e TNT. Essa nova estrutura representará a terceira empresa-mãe da CNN em apenas sete anos. A movimentação é vista como uma tentativa de revigorar a marca e inovar na maneira como a CNN se aproxima de suas audiências.
Sobre a reestruturação, uma fonte próxima à situação comentou: “A Global Networks possui um portfólio robusto e está preparada para o sucesso. Há empolgação interna com as oportunidades que surgem com essa nova organização.”
Enquanto isso, a CNN continua a enfrentar um cenário desafiador, já que a pressão para se adaptar à mudança de preferências da audiência e às tendências de consumo de conteúdo é maior do que nunca.