Brasil, 21 de junho de 2025
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Violações contra crianças em conflitos armados atingem recorde histórico

Relatório da ONU revela que em 2024 houveram 41.370 violações contra crianças em conflitos, o maior número em 30 anos.

Um novo relatório do secretário-geral das Nações Unidas apontou que o número de violações contra crianças em conflitos armados atingiu o maior patamar em 30 anos, com 41.370 incidentes registrados em 2024. Os principais índices foram observados em regiões como Israel e Palestina, especialmente na Faixa de Gaza, além da República Democrática do Congo, Somália, Nigéria e Haiti. Os dados alarmantes geram preocupações sobre a proteção das crianças em situações de guerra, evidenciando um desrespeito flagrante ao direito internacional.

Aumento alarmante de violações

Virginia Gamba, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas sobre Crianças e Conflitos Armados, expressou sua preocupação com a situação: “O choro de 22.495 crianças inocentes, que deveriam estar aprendendo a ler ou jogar futebol, mas que, em vez disso, tiveram que aprender a sobreviver a tiroteios e bombardeios, deveria nos tirar o sono à noite.” Esse apelo é um claro chamado à ação da comunidade internacional para que se comprometam novamente com o respeito e a proteção dos direitos infantis em conflito.

Um retrato devastador

Os dados revelam a gravidade da situação: 11.967 crianças mortas ou mutiladas, 7.906 crianças sem acesso à assistência humanitária e 7.402 crianças recrutadas ou utilizadas em pelo menos 25 conflitos em andamento. Outros números assustadores mostram um aumento de 44% nos ataques a escolas e um crescimento de 34% nas violações e abusos sexuais contra menores. “Bombardeios pesados e o uso incessante de armas explosivas em áreas urbanas transformaram casas e bairros em campos de batalha”, destacou Gamba.

Funeral do palestino Anas Al-Masri, que sucumbiu aos ferimentos sofridos em um ataque israelense.

Funeral do palestino Anas Al-Masri, que sucumbiu aos ferimentos sofridos em um ataque israelense, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. (Foto: Hatem Khaled/REUTERS)

A detenção de crianças em conflito

Outros dados preocupantes incluem a detenção de pelo menos 3.018 crianças devido à sua suposta ou real associação com grupos armados em conflito. As crianças detidas são altamente vulneráveis a violações de direitos, como tortura e violência sexual. Em resposta, a ONU pede a prioridade de alternativas à detenção, bem como o suporte à reintegração desses jovens ao convívio social. O maior número de detenções ocorreu em Israel, Palestina, Nigéria, Iraque, Somália e Líbia.

Desafios ao acesso à educação

O acesso à educação é um tema central que se destaca no relatório. A guerra privou milhões de crianças do direito de frequentar a escola. Em locais como o Sudão, mais de 17 milhões de crianças estão fora da sala de aula, enquanto 2,2 milhões de meninas no Afeganistão continuam sem acesso à educação. Virginia Gamba enfatizou: “Crianças que vivem em meio a hostilidades estão perdendo a infância.” O desrespeito aos direitos protetores das crianças é um problema crescente, com os governos e grupos armados no mundo ignorando suas responsabilidades.

UNICEF alerta para crise após proibição de educação de meninas pelo Talibã

UNICEF alerta para crise após proibição de educação de meninas pelo Talibã. (ANSA)

Esforços de proteção infantil

Em meio a esse cenário alarmante, o relatório também destaca que quase 16.500 crianças associadas a forças armadas receberam apoio para reintegração em 2024, um aumento significativo em relação ao ano anterior. Desde 2005, mais de 200.000 crianças foram libertadas. A ONU registrou 40 compromissos de partes em conflito para proteger os direitos infantis, mas muitos desafios permanecem. “Estamos diante de uma escolha que define quem somos: cuidar delas ou dar as costas… Todos nós compartilhamos o dever de agir, urgente e decisivamente, para acabar com esse sofrimento. Não amanhã. Não algum dia. Hoje.” concluiu Gamba.

É essencial que a comunidade internacional amplie seus esforços para proteger as crianças em situações de conflito e garantir que tenham a oportunidade de crescer em ambientes seguros e dignos.

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