Brasil, 21 de junho de 2025
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Bolsonaro nega uso de sistema espião da Abin para monitorar adversários

Ex-presidente afirma não ter necessidade de acompanhar opositores e responde a relatório da PF.

Em meio a uma série de alegações sobre o uso de espionagem política durante seu governo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, neste sábado (21), ter utilizado um sistema adquirido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários políticos. Bolsonaro fez essa declaração após deixar um hospital em Brasília, onde havia se submetido a exames devido a um mal-estar.

Rebatendo as acusações

Em sua fala à imprensa, o ex-presidente questionou a validade das alegações, afirmando que “nunca precisou saber” onde estavam seus opositores. “Para que eu usaria um equipamento desse? Bota para fora quem usou para isso e resolve. Usava para quê? Que finalidade? Não existe isso. Criaram uma fantasia que eu estava monitorando as pessoas. Para que eu ia saber onde está A, B ou C? Ninguém reclamou de monitoramento”, disse Bolsonaro.

Essas declarações surgem na sequência de um relatório da Polícia Federal que afirma que Bolsonaro foi o “principal destinatário” de informações resultantes de ações clandestinas da Abin. A investigação indica que, durante a gestão de Alexandre Ramagem à frente da agência, documentos com dados sensíveis eram sistematicamente enviados ao ex-presidente.

Relatório da Polícia Federal aponta irregularidades

O documento da PF revela que Jair Messias Bolsonaro figura como o principal destinatário dos produtos das ações clandestinas e da instrumentalização da ABIN. Essas alegações estão fundamentadas nas anotações do então Diretor da ABIN, Alexandre Ramagem. Segundo o relatório, a investigação teve início após o jornal O Globo divulgar, em março de 2023, a compra de um sistema espião pela Abin com o intuito de monitorar alvos específicos em todo o país.

Além disso, o relatório da Polícia Federal traz informações sobre documentos encontrados nas mãos de Ramagem, que continham títulos como “Bom dia Presidente” e “Presidente TSE informa”. Esses textos eram direcionados a Bolsonaro, levantando suspeitas sobre a interação entre a Abin e o ex-presidente no que tange a ações potencialmente ilegais.

Evidências apresentadas pela PF

A PF alega que as evidências coletadas corroboram a vinculação do ex-presidente às atividades delituosas realizadas na Abin. “Estas são evidências que corroboram a concorrência do então Presidente da República das ações delituosas perpetradas na ABIN”, afirma o relatório. O documento enfatiza que as anotações descobertas revelam ações cujo produto era enviado diretamente ao Presidente da República, o que materializa as ilicitudes cometidas durante sua gestão, em especial a utilização da estrutura do Estado para fins não republicanos.

A situação coloca em evidência a possibilidade de que os limites da atuação da Abin tenham sido ultrapassados e levanta questionamentos sobre a integridade das instituições nacionais durante o governo Bolsonaro. A relação entre política e segurança, assim como o uso de tecnologias de monitoramento, se torna um tema cada vez mais debatido e polémico no cenário político brasileiro.

Conforme a análise avança, novas informações e investigações poderão surgir, trazendo à tona mais detalhes sobre as ações da Abin e a responsabilidade dos envolvidos. Enquanto isso, a negação de Bolsonaro destaca a tensão que permeia o atual clima político no Brasil, onde acusação e defesa se entrelaçam em um cenário complexo e repleto de desconfianças.

Ainda é incerto como as futuras colocações e investigações poderão impactar a imagem de Bolsonaro, especialmente com as próximas eleições cada vez mais próximas. O desfecho dessa situação poderá trazer repercussões significativas para o ex-presidente e para o cenário político do país como um todo.

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