Brasil, 20 de junho de 2025
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‘The Gilded Age’ mostra que aristocracia britânica impede o sonho americano

Série de Julian Fellowes revela a superficialidade do sonho americano, marcada por privilégios e estratificação social que atravessam fronteiras.

No terceiro temporada de The Gilded Age, drama de época da HBO ambientado na Nova York dos anos 1880, um criado herda uma grande fortuna, mas prefere continuar servindo sua família. Essa narrativa evidencia a complacência das classes baixas diante da mobilidade social, alinhada às curiosidades de seu criador, o britânico Julian Fellowes, conhecido por seu trabalho em Downton Abbey.

A ilusão do sonho igualitário Norte-Americano

A trama enfatiza o esforço de personagens como os Russells, uma casal ambicioso que busca consolidar seu poder social e econômico, enquanto mantém uma adesão rígida às tradições aristocráticas. Os Russells representam a busca pelo sucesso através do trabalho duro, mas também revelam a insegurança de sua ascensão, que pode facilmente desmoronar diante de crises econômicas.

Resistência à mudança e o papel das classes tradicionais

Enquanto isso, personagens de classes mais modestes, como Agnes Van Rhijn e Ada Forte, permanecem fiéis às convenções sociais, apesar de suas pequenas revoltas internas, como a tentativa de Ada de assumir o controle do patrimônio familiar. TIME observa que a série reflete uma visão conservadora da sociedade, na qual a mudança social é vista com desconfiança.

A representatividade e os limites do olhar de Fellowes

Fellowes demonstra uma certa simpatia por personagens femininas fortes e progressistas, como Peggy Scott, uma escritora negra que enfrenta o preconceito da elite. Contudo, sua postura indica uma admiração mais superficial por uma elite que deve conservar suas tradições, relegando os trabalhadores e serviçais a um papel secundário e sem aprofundamento psicológico.

A manutenção do status quo

O conflito envolvendo um funcionário que vaza informações ao jornal exemplifica a visão de Fellowes: em seu universo, o desprezo pelos empregados parece natural, enquanto os privilégios da nobreza ou da burguesia refinada são preservados como valores intocáveis. A série não questiona se essa camada privilegiada realmente merece seu espaço na sociedade.

Impactos e reflexões sobre o sonho americano

A narrativa evidencia que, sob camadas de elegância e sofisticação, há uma resistência à mudança e ao questionamento da estrutura social tradicional. Segundo analistas, TIME aponta que a obra reforça uma visão de mundo que prioriza a continuidade do privilégio, limitando-se a retratar uma narrativa de ascensão que, na prática, perpetua desigualdades.

Para quem busca compreender as raízes das disparidades socioeconômicas, The Gilded Age oferece uma reflexão sobre os obstáculos históricos que impedem o verdadeiro sonho de igualdade de oportunidades, refletindo uma realidade que, apesar das mudanças superficiais, continua marcada por fronteiras sociais intransponíveis.

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