Desde 2021, ao menos 19 corpos foram encontrados na Lady Bird Lake, em Austin, Texas, causando temor e especulações de que um serial killer estaria à solta na cidade, especialmente após a descoberta de uma adolescente de 16 anos na região em junho de 2023. Apesar das declarações oficiais de que as mortes não são suspeitas, moradores e ativistas demandam investigações mais aprofundadas.
Mortes na Lady Bird Lake: uma história de longas datas e suspeitas
Os corpos de vítimas, muitas delas jovens masculinos, vêm sendo encontrados na reservatório localizado no centro de Austin há mais de três anos. Apesar de a autoridade local declarar que “não há evidências de atividade criminosa”, a quantidade e a situação das mortes levantam dúvidas. Segundo reportagem da Newsweek, os corpos encontram-se no lago com regularidade, incluindo um “cluster” de seis vítimas em 2022.
Um fato que inquieta a comunidade é a conexão entre as vítimas e a movimentada rua de bares e restaurantes, Rainey Street, onde os jovens costumam sair com amigos. As autoridades afirmam que a maioria das mortes tem causas naturais ou relacionadas ao uso de drogas, mas moradores desconfiados apontam inconsistências nos relatórios oficiais.
Questionamentos às investigações oficiais e mobilização social
O Departamento de Polícia de Austin afirma que os óbitos não apresentam indícios de assassinato e que as causas são investigadas como acidentes. No entanto, uma crescente parcela da população suspeita que há algo mais obscuro. Um exemplo expressivo é o grupo no Facebook, Lady Bird Lake Serial Killer, que possui mais de 92 mil membros, muitos deles questionando a versão oficial.
Ativismo e ameaças à transparência
Diante do que consideram uma resposta insuficiente das autoridades, ativistas criaram uma petição no Change.org, liderada pelo ex-residente e YouTuber Colin Browen, pedindo que a polícia reconheça a possibilidade de não serem apenas acidentes. Segundo Browen, há relatos de familiares que acreditam que seus entes queridos possam ter sido alvo de assassinato ou, ao menos, de uma ação intencional.
Browen critica a investigação oficial, mencionando autópsias inconclusivas, toxicologia duvidosa e crimes não devidamente apurados. “Algumas mortes poderiam não ser acidentes, e a polícia deve investigar com mais seriedade”, afirma. A petição já conta com mais de 6 mil assinaturas.
Histórico de incidentes violentos na área
Nos últimos anos, vários casos preocupantes reforçam a tese de que há algo errado na região. Em 2018, Martin Gutierrez desapareceu e foi encontrado morto na lagoa, após sair com amigos na Rainey Street. Em 2019, Christian Pugh foi encontrado gravemente ferido e em coma em Lady Bird Lake; inicialmente, a polícia alegou que ele caiu de uma ponte, mas a família discorda.
Em 2022, Joshua Crow morreu após sofrer traumatismo craniano, enquanto pedalava por uma trilha pouco iluminada. Mais recentemente, em fevereiro de 2023, Jason John desapareceu após sair com amigos e seu corpo foi encontrado na água oito dias depois, com morte classificada como acidente. Outros casos, como o de Jonathan Honey, também figuram na lista de mortes aparentemente naturais, mas que geram desconfiança na comunidade.
O que está por trás desses acontecimentos? Há um assassino em série?
Embora as autoridades insistam que as mortes não indicam um padrão criminoso, a dúvida permanece no ar. Especialistas e moradores apontam que as vítimas possuem características similares e muitas delas desapareceram após noites de diversão na mesma rua de bares. Além disso, locais apontam que o ambiente ao redor de Lady Bird Lake é inseguro, com pouca iluminação e ausência de câmeras de vigilância em áreas de risco.
Um fenômeno que alimenta essas suspeitas é a crescente presença de grupos nas redes sociais, alertando sobre uma possível presença de um assassino em série. A comunidade, por sua vez, exige uma ação mais contundente das autoridades para esclarecer esses casos e garantir a segurança de todos que vivem na cidade.
Perspectivas e próximos passos
Até o momento, as investigações oficiais continuam alegando que as mortes são acidentais ou relacionadas a problemas de saúde e uso de substâncias. Contudo, a mobilização social e as evidências coletadas por ativistas demonstram que questões mais profundas precisam ser esclarecidas.
Ficará a dúvida: trata-se de uma série de acidentes ou há, de fato, um assassino ativo nas sombras de Austin? A cidade ainda enfrenta a tarefa de investigar detalhadamente esses casos e garantir transparência às famílias e moradores preocupados.
