Brasil, 20 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Papa Francisco lidera relatório para reestruturação global de dívidas

Relatório, apoiado pelo Vaticano e elaborado por economistas de destaque, propõe medidas para enfrentar crises de dívida e promover desenvolvimento sustentável

Nesta sexta-feira, em Roma, será lançado um relatório elaborado por uma comissão liderada pelo Papa Francisco, que traz um plano prático para reformar o sistema financeiro internacional e combater crises de dívidas em países em desenvolvimento. O documento faz parte das ações do Ano Jubilar de 2025, dedicado ao perdão de dívidas, Justiça Social e sustentabilidade.

Plano de ação para enfrentar crises da dívida e do desenvolvimento

O relatório, criado por uma comissão de cerca de 30 economistas renomados, incluindo o Prêmio Nobel Joseph Stiglitz e o ex-ministro da Economia da Argentina Martín Guzmán, busca evitar uma década perdida na história de países com altas dívidas soberanas. Guzmán afirma que a comissão apresenta um caminho prático e urgente para construir um sistema financeiro mais resiliente e eficiente, com responsabilidade compartilhada entre credores e devedores.

Responsabilidade compartilhada e reformas necessárias

Segundo Guzmán, a crise de dívida atual afeta mais de 50 países em desenvolvimento, levando à retirada de recursos essenciais para áreas como saúde, educação e infraestrutura. “A responsabilidade compartilhada é fundamental para soluções sustentáveis”, destacou Guzmán, que estará no Brasil em julho durante evento do Brics.

Stiglitz reforça que “há um consenso crescente de que o sistema atual de dívidas serve aos mercados financeiros e não às pessoas”, alertando para o risco de uma década perdida ou pior. O documento aponta que, hoje, 54 países gastam mais de 10% de suas receitas fiscais com juros, comprometendo o desenvolvimento.

Recomendações do relatório para uma economia mais justa e sustentável

  • Reforma na reestruturação da dívida: Mudanças nas políticas de instituições multilaterais e legislações para acelerar acordos mais sustentáveis.
  • Encerramento dos resgates a credores privados: Políticas que priorizem recuperações sustentáveis sem beneficiar excessivamente credores privados ou impor austeridade.
  • Fortalecimento de políticas internas: Uso de regulações de contas de capital para criar ambientes mais estáveis e incentivar investimentos de longo prazo.
  • Aumento da transparência: Implementação de políticas financeiras claras, apoiadas por ampla sociedade.
  • Reforma nas finanças globais: Apoio a modelos que promovam financiamento voltado ao desenvolvimento sustentável, incluindo empréstimos de longo prazo.

O relatório também recomenda que reestruturações de dívida sejam suficientes para garantir sua sustentabilidade, evitando soluções temporárias que possam piorar a crise, além de apontar a necessidade de redução de valores principais da dívida em casos extremos.

Eventos internacionais e perspectivas futuras

As recomendações do estudo serão discutidas na 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em Sevilha, na Espanha, e apresentadas na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e na Cúpula do G20, na África do Sul, ao longo deste ano.

Reformas e mudanças no cenário global

  • Melhorar os processos de reestruturação da dívida, promovendo acordos mais rápidos e sustentáveis.
  • Reformar políticas do FMI e bancos multilaterais para apoiar recuperações reais, não apenas resgates temporários.
  • Desenvolver políticas internas que desencorajem fluxos financeiros instáveis.
  • Aumentar a transparência nas práticas financeiras internacionais.
  • Promover mudança nos modelos de financiamento global para impulsionar investimentos de longo prazo.

O Papa Leão XIV declarou em 2025 que “ainda vemos discórdia, violência, preconceito e um paradigma econômico que marginaliza os mais pobres”. A comissão, presidida por Stiglitz e composta por especialistas globais, reforça a urgência de ações concretas para um sistema de dívida mais justo e responsável.

Segundo Guzmán, reestruturações de dívida inadequadas podem aprofundar as crises, e é necessário que elas sejam tempestivas e efetivas para garantir a recuperação econômica mundial.

Fonte: O Globo

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes