Brasil, 20 de junho de 2025
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‘Materialists’ revela a desumanização do namoro moderno

Filme de Celine Song expõe como o mercado de matchmaking reforça desigualdades e a perda do amor verdadeiro na era do capitalismo

O filme “Materialists”, de Celine Song, chega em um momento em que o interesse por serviços de matchmaking está em alta, refletindo as complexidades e os perigos do namoro na sociedade contemporânea. A produção revela as práticas desumanizadoras e as desigualdades que permeiam o mercado de casamento assistido, especialmente ao mostrar demandas baseadas em raça, classe, aparência e status financeiro.

O lado obscuro do matchmaking na era do capitalismo

Desde sempre, a prática de unir pessoas por interesses culturais ou sociais faz parte da história humana. No entanto, nos últimos anos, o setor evoluiu para uma indústria bilionária, alimentada por programas como “Million Dollar Matchmaker” e “Indian Matchmaking”. A personagem Lucy, interpretada por Dakota Johnson, é uma ex-matchmaker que revela o quanto o mercado trata o relacionamento como uma questão de números e atributos mensuráveis, muitas vezes em detrimento do afeto genuíno.

Desigualdades e objetificação

Ao longo do filme, clientes expressam seus requisitos de forma explícita, discutindo peso, altura, origem e renda. Lucy, que também reflete o seu próprio relato de vida, comenta que sua profissão é como cuidar de mortos ou ajustar sinistros de seguro, por lidar com estatísticas que determinam o valor de uma pessoa no mercado de namoro. Essa visão revela a frieza e a impessoalidade que marcaram o setor, muitas vezes reforçando preconceitos sociais.

O amor sob a lógica do valor monetário e social

Enquanto a narrativa foca na busca por segurança financeira e status, fica evidente que o amor autêntico é cada vez mais secundário. A personagem Lucy discute que muitos de seus clientes querem alguém com quem possam dividir a velhice, ou que sirva para mostrar sucesso social, em uma espécie de transação emocional disfarçada de encontro amoroso.

O filme também evidencia padrões excludentes: homens são desejados por altura e renda, enquanto mulheres são avaliadas por beleza, juventude e magreza. Essa dinâmica demonstra como a superficialidade predomina na cultura de namoro atual, onde a procura por “alguém que se encaixe” se sobrepõe ao sentimento verdadeiro.

Reflexões sobre a busca por amor verdadeiro

Apesar do tom crítico, “Materialists” apresenta uma reflexão sobre as consequências dessa lógica mercadológica. Lucy, que centraliza sua carreira na avaliação de possibilidades, acaba vivendo um conflito interno ao refletir sobre as próprias escolhas sentimentais. O casamento final, com uma sensação de incerteza, simboliza a dificuldade de encontrar autenticidade em um sistema baseado em interesses materiais.

Segundo a crítica, a narrativa expõe como o namoro moderno tem se tornado uma arena de negociações, onde o amor é muitas vezes substituído por cálculos de valor. Essa realidade, reforçada por uma sociedade desigual, aponta para a necessidade de repensar o que realmente buscamos na relação afetiva.

Perspectivas futuras e impactos sociais

O impacto do filme sugere uma importância maior para valorizar o afeto genuíno e combater os padrões de beleza e status que dominam o mercado de namoro. Como o próprio filme indica, a busca por amor verdadeiro requer reconhecer as armadilhas do materialismo e resgatar a humanidade no relacionamento.

Especialistas indicam que a reflexão trazida por “Materialists” é fundamental para quem deseja repensar os rumos do contato afetivo na sociedade atual. Como destaca a crítica, a maior esperança reside em resistir à lógica do valor, priorizando conexões mais autênticas e humanas.

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