A indústria criativa brasileira registrou crescimento de 6,1% em 2023, impulsionada pela transformação digital e pelo fortalecimento do consumo cultural, segundo levantamento da Firjan. O setor agora responde por 3,59% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e emprega formalmente mais de 1,26 milhão de profissionais, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram mais de 60% do PIB criativo nacional.
Distribuição regional e especialização na indústria criativa
Dados da 8ª edição do Mapeamento da Indústria Criativa, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), mostram que São Paulo lidera o setor, com 40,9% dos vínculos formais, totalizando 517 mil empregos. Em seguida, aparecem o Rio de Janeiro, com 9,9% (124 mil vínculos), e Minas Gerais, com 8,9% (113 mil). Julia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação da Firjan, explica que essa concentração reflete a infraestrutura, redes de conexão e ecossistemas de inovação presentes nesses estados, além dos chamados “criativos integrados”, profissionais que atuam em empresas fora do setor específico.
Além dessa concentração, a especialização também se manifesta no crescimento de atividades digitais e estratégias de marketing online. Entre os cargos que mais avançaram, destacam-se os analistas de e-commerce, cujo emprego formal cresceu 224,9%, e profissionais de mídias digitais, com aumento de 74,3% em 2023. Ambos os grupos passaram a fazer parte oficialmente da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), refletindo a modernização e digitalização do setor.
Transformação digital e demanda por mão de obra qualificada
O estudo revela que o crescimento do setor está diretamente relacionado à expansão do comércio eletrônico, estratégias digitais de marketing e inovação tecnológica. Apesar de considerar apenas vínculos formais de trabalho, a pesquisa aponta uma demanda crescente por formação de mão de obra especializada para atender às oportunidades do setor criativo.
Os profissionais de análise de negócios (crescimento de 11,9%) e gerentes de Tecnologia da Informação (10,5%) foram responsáveis por quase 23 mil novas vagas no período. Além disso, atividades culturais, como produção cultural (crescimento de 39,3%) e apresentações de eventos (36,6%), também mostraram forte dinamismo, impulsionadas pelo retorno das atividades presenciais e por políticas públicas de incentivo ao setor.
Segmentos e áreas criativas em destaque
O mapeamento classifica a indústria criativa em quatro grandes áreas: Consumo (Design, Arquitetura, Moda, Publicidade & Marketing), Mídia (Editorial e Audiovisual), Cultura (Patrimônio & Artes, Música, Artes Cênicas e Expressões Culturais) e Tecnologia (P& D, Biotecnologia e TIC). Em 2023, a área de Consumo lidera em empregos formais com 48,7% do total (614 mil postos), seguida por Tecnologia, responsável por 37,2% (469 mil).
Atividades com maior crescimento de vagas formais
- Analistas de e-commerce
- Profissionais de mídias digitais
- Produtor cultural
- Apresentador de eventos
- Assessoria de imprensa
- Chefe de bar
- Redator de publicidade
- Chefe de cozinha
- Decorador de eventos
- Analista de negócios
- Gerente de tecnologia de informação
- Pesquisadores em geral
Embora a análise considere apenas vínculos formais, o crescimento na demanda por serviços e o fortalecimento de empresas criativas indicam a necessidade de qualificação de profissionais para atuar no setor. Segundo Julia Zardo, a expansão evidencia uma transformação estrutural e tecnológica na indústria criativa brasileira.
Para mais detalhes, acesse a fonte completa.