No dia 18 de junho, um lixão irregular localizado em Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal, desabou, resultando na contaminação de um rio e de áreas de preservação permanente em Goiás. Embora a situação seja alarmante, a Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) garantiu que não há risco de contaminação na água que abastece Brasília. A inspeção do local, que incluiu um sobrevoo com drone, foi realizada no dia 19 de junho.
O impacto do desabamento em Goiás
O incidente que afetou o córrego Santa Bárbara e o rio do Sal é motivo de preocupação para as autoridades goianas. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) afirmou que a situação está “muito crítica”. Segundo a secretária, “centenas de toneladas de lixo foram levadas pelas chuvas e atingiram o curso d’água, provocando graves impactos ambientais.” O chorume gerado pelo lixo é especialmente preocupante, visto que começa a escorrer para as fontes de água, aumentando o risco de contaminação.
“A situação aqui é de indignação”, disse a secretária, ressaltando a seriedade dos danos provocados. O desabamento ocorreu em uma área de preservação permanente, e a operação do lixão foi considerada irregular, pois funcionava sem a licença necessária.
Histórico das irregularidades do lixão
O lixão em Padre Bernardo operava sem autorização, e a situação já havia sido sinalizada. Em 2021, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) havia ajuizado uma ação civil pública pedindo a interdição do local, que já estava em operação sem os devidos estudos ambientais. Uma liminar inicialmente concedida para suspender o funcionamento do lixão foi cassada posteriormente pelo Tribunal Regional Federal.
Após o desabamento, a Prefeitura de Padre Bernardo tomou providências, notificando órgãos estaduais e federais sobre a gravidade da situação. Por sua vez, a Caesb assegurou que o transbordamento não ameaça a captação de água no Sistema Descoberto, que abastece Brasília.
A posição da Caesb sobre a contaminação
A Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal fez questão de esclarecer que, após uma análise detalhada, tanto o ponto de transbordamento quanto toda a área de armazenamento dos resíduos estão fora dos limites da bacia hidrográfica do Descoberto, o que elimina qualquer possibilidade de interferência nas captações de água que abastecem a população do DF.
“A vistoria confirmou a inexistência de risco de contaminação da bacia do Descoberto. A Caesb segue monitorando a situação e reafirma seu compromisso com a proteção dos recursos hídricos e a segurança do abastecimento da população do Distrito Federal,” declarou a empresa em nota.
Próximos passos e monitoramento da situação
A situação em Goiás continua a ser acompanhada pelas autoridades locais. O Ministério Público e a Semad trabalharão em conjunto para garantir que medidas adequadas sejam implementadas para mitigar os danos causados pelo desabamento do lixão. As comunidades locais estão alertas e preocupadas, e os desdobramentos desse episódio são esperados com ansiedade.
Com a confirmação de que a água de Brasília não está ameaçada, a atenção se volta para a resposta ambiental à contaminação do córrego e do rio em Goiás, onde ainda existem riscos a serem gestionados.
As autoridades estão prestando suporte e buscando formas de evitar novas ocorrências, e a gestão de resíduos sólidos se torna uma prioridade tanto para o governo de Goiás quanto para o Distrito Federal, áreas diretamente impactadas pelo conflito ambiental no lixão de Padre Bernardo.
Por fim, a população deve se manter informada sobre a evolução da situação e seguir as orientações das autoridades de saúde e meio ambiente para garantir sua segurança e bem-estar.