No dia 17 de outubro, uma votação no Congresso Nacional sorprendou a sociedade brasileira ao derrubar parte dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um projeto que visa estimular a geração de energia eólica em alto-mar. Os senadores e deputados do Piauí mostraram-se favoráveis a essa nova medida, mas o que muitos não esperavam é que isso poderia resultar em um aumento de 3,5% na conta de luz dos consumidores. O projeto que foi aprovado pode representar um impacto total de R$ 197 bilhões até o ano de 2050, criando um cenário de preocupação em relação ao aumento nas tarifas de energia elétrica.
Como votaram os parlamentares piauienses
A votação recebeu a atenção dos cidadãos, especialmente dos consumidores que ficaram apreensivos com os possíveis efeitos financeiros. Os senadores e deputados do Piauí, ao optarem pela derrubada dos vetos, demonstraram apoio à proposta, que, embora traga um incentivo à energia renovável, também levanta questões sobre a viabilidade econômica a longo prazo. Confira como cada um dos representantes piauienses votou:
Senadores
- Jussara Lima (PSD, PI) – pela derrubada do veto
- Marcelo Castro (MDB, PI) – pela derrubada do veto
Deputados
- Átila Lira (PP, PI) – pela derrubada do veto
- Castro Neto (PSD, PI) – pela derrubada do veto
- Dr. Francisco (PT, PI) – pela derrubada do veto
- Florentino Neto (PT, PI) – pela derrubada do veto
- Flávio Nogueira (PT, PI) – pela derrubada do veto
- Jadyel Alencar (Republicanos, PI) – pela derrubada do veto
- Julio Arcoverde (PP, PI) – pela derrubada do veto
- Marcos Aurélio Sampaio (PSD, PI) – pela derrubada do veto
- Merlong Solano (PT, PI) – pela derrubada do veto
Impacto financeiro e implicações para os consumidores
Especialistas do setor elétrico, incluindo a Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) e a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace Energia), reportam que a aprovação de certos pontos pelo Congresso pode resultar em um impacto financeiro que soma R$ 197 bilhões, com uma projeção de R$ 7,8 bilhões em custos anuais até 2050. Essa cifra pode ser alarmante para muitos consumidores, que agora se perguntam como lidarão com as consequências desse aumento nas tarifas de energia.
Dentre os dispositivos que motivaram esse aumento na conta de luz, destacam-se:
- **Obrigatoriedade de contratação de energia de pequenas centrais hidrelétricas:** Essa medida determina a contratação compulsória de 4,9 GW, mesmo quando não há necessidade, impactando R$ 140 bilhões.
- **Contratação de hidrogênio líquido a partir do etanol na Região Nordeste e de eólicas na Região Sul:** Com um impacto estimado de R$ 33 bilhões, onde R$ 28 bilhões provêm do hidrogênio e R$ 5 bilhões da energia eólica do Sul.
- **Prorrogação contratual do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa):** O prolongamento por 20 anos dos contratos de compra de energia causará um custo adicional de R$ 24 bilhões.
Próximos passos e perspectivas
Com o aumento da conta de luz, a expectativa é que o governo tome medidas para conter o impacto financeiro nos consumidores. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou a possibilidade de uma Medida Provisória que possa reverter algumas das medidas que resultaram nesse aumento previsto. Tal ação será necessária para lidar com a insatisfação da população, que já enfrenta um cenário econômico delicado.
Além disso, o Congresso ainda precisa se pronunciar sobre outras propostas que podem ampliar o impacto financeiro a longo prazo. Entre essas propostas, incluem-se a extensão do prazo para contratação de usinas a carvão e a manutenção dos subsídios à energia solar, que, juntas, podem alcançar um impacto adicional de R$ 348 bilhões.
Com isso, a discussão continua e a população deve acompanhar de perto as próximas movimentações no cenário político e as decisões que influenciarão a economia e, consequentemente, as contas de energia de todos os brasileiros.
Para mais detalhes sobre a votação e as implicações das novas medidas, acesse as notícias mais recentes em g1 Piauí.
